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RECORD TV

Gabriel Gracindo vive um dos vilões de Amor Sem Igual

É assim que o ator Gabriel Gracindo classifica Leandro, seu personagem na novela 'Amor Sem Igual', da Record TV

por Hárlen Felix
Publicado em 19/01/2020 às 00:30Atualizado em 08/06/2021 às 00:10
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Leandro (Gabriel Gracindo) faz parte do trio de vilões formado por Tobias (Thiago Rodrigues) e Bernardo (Heitor Martinez) em "Amor Sem Igual". Na novela das 20h30 da Record, o personagem é advogado da agência Brás Talentos Esportivos e cumpre as ordens do filho de Ramiro (Juan Alba) para eliminar Angélica (Day Mesquita), a Poderosa.

Para seu intérprete, o personagem tem duas motivações: dinheiro e mulheres. Com o objetivo de manter o status social, ele não se importa em passar por cima de outras pessoas. "É um vilão mais comum, que não sai tanto do padrão. Não é um cara tão maquiavélico. Na verdade, o Leandro é um grande amigo do Tobias, é a pessoa que pega as loucuras do outro e faz acontecer. Por ser o antagonista, tem uma liberdade e até humor. Além disso, o visual dele é lindo", observa o ator.

Na trama de Cristianne Fridman, Leandro recebe as ordens de Tobias e repassa para o capanga Bernardo. Apesar da falta de escrúpulos, em seu ambiente profissional ele passa uma imagem diferente. Inclusive, também mente para a namorada, Fabiana (Manuela do Monte), que nem imagina que o amado a trai enquanto frequenta o Mademoiselle Olympia Night Club. Por isso, Gabriel Gracindo ressalta que as aparências enganam. "O advogado tem essa coisa de sempre ganhar. Além disso, a aparência tem que estar impecável. A sua imagem ser tudo é um perigo. Para fazer esse papel, eu fui pelo caminho do cara que tem que parecer aos olhos dos outros uma coisa. Talvez, ele nem seja, mas a vida dele é calcada nisso", avalia.

Segundo o ator, seu personagem, junto com Tobias e Bernardo, formam o grande vilão de "Amor Sem Igual". Afinal, um é a mente maquiavélica, enquanto os outros são mais práticos. Apesar das maldades, o intérprete de Leandro não qualifica o advogado como psicopata, mas como um sociopata que se esconde muito bem no meio do seu círculo social. "O Leandro não é psicopata. Ele quer mulheres e gastar o dinheiro que ganha. Não sente nenhuma culpa das coisas que faz. A maioria das pessoas não sabe que pisou numa pessoa ou deu a rasteira em outra; para ela aquilo é normal. Leandro age dessa forma, dorme igual a um anjinho. As pessoas próximas a ele também não veem, acham legal, pensam que não faz esse tipo de coisa. Como eu falei, ele é 'light'", afirma.

Antes de "Amor Sem Igual", Gabriel Gracindo havia emendado uma série de personagens em tramas bíblicas. Depois de "Jesus" (Record, 2018), "O Rico e Lázaro" (Record, 2017) e "A Terra Prometida" (Record, 2016), ele está mais à vontade numa história que se passa na atualidade.

"Estava com muita saudade de fazer novela contemporânea por vários motivos. A bíblica é muito legal, desafiadora, os personagens são profundos, só que, na contemporânea, a forma como você fala é coloquial, as roupas que veste... É ótimo você pegar um celular e fazer uma ligação em cena. Como emendei várias bíblicas, essa volta pra mim é feliz", diz.

Bernardo e a banalidade do mal

Heitor Martinez interpreta o capanga Bernardo na novela (Record TV/Divulgação)
Heitor Martinez interpreta o capanga Bernardo na novela (Record TV/Divulgação)

Para Heitor Martinez, Bernardo representa a "banalidade do mal" em "Amor Sem Igual", novela das 20h30 da Record. O ator vê o personagem como um tipo capaz de fazer qualquer atrocidade a mando de Tobias (Thiago Rodrigues). Na trama de Cristianne Fridman, o vilão recebe ordens do filho de Ramiro (Juan Alba) e de Leandro (Gabriel Gracindo) para matar Angélica (Day Mesquita), mais conhecida como Poderosa. A prostituta é meia-irmã do empresário e tudo que o rapaz não quer é mais uma herdeira para a Brás Talentos Esportivos.

"O Bernardo é o segurança da Brás Talentos Esportivos e trabalha diretamente com o Tobias. Quando ele precisa, o Bernardo é quem limpa a barra dele. O personagem é um vilão que mata, esconde o corpo, mas não planeja as coisas. Ele é a banalidade do mal. Se for preso, vai falar que apenas cumpriu ordens", enfatiza o ator.

Martinez tem uma trajetória de mais de 20 anos na televisão com muitos vilões. Apesar disso, ele comenta que, fora o antagonista e o mocinho, existem outros tipos de papéis que podem ser tão bons quanto. Mesmo que os personagens do mal afetem sua energia e até o sono, o artista diz que pode experimentar outros tipos no teatro.

Para aceitar fazer "Amor Sem Igual", o ator só precisou de uma ligação do diretor Rudi Lagemann, o Foguinho. "Eu aceitei fazer o Bernardo antes de ler. Falei com o Foguinho, ele me contou que o personagem era ótimo, um vilão. Então, falei: 'Vambora'. Quando você conhece as pessoas, rola confiança. A gente trabalha há muito tempo, já sei a linguagem. Acho espetacular a Record manter esse segundo horário de produções contemporâneas. É uma maneira de ampliar mercado", afirma.

Da lista de vilões que fez, Heitor destaca o traficante Jackson de "Vidas Opostas" (Record, 2006). Para ele, o poder do personagem era atraente, mas o que o levava a torcer por uma redenção do homem era o amor dele por Joana (Maytê Piragibe). No entanto, no final da trama de Marcílio Moraes, o bandido acabou morto nos braços da amada.

Embora não veja o mesmo carisma em seu atual papel, o ator torce para que Bernardo ganhe mais camadas em "Amor Sem Igual". "Não sei como posso dizer, mas o Bernardo é mais prático, frio. Não tem muita nuance. O Jackson era quase o extremo e aí, quando você vê o demônio se apaixonando, fala que é um cara interessante. Eu estou tentando colocar essas camadas para, de alguma maneira, apresentar isso à autora e ao diretor. Isso é muito o trabalho do intérprete também", acredita.

Antes de "Amor Sem Igual", Heitor havia terminado o seu contrato com a Record e assinado por obra com a Globo, onde fez a novela "O Sétimo Guardião" (2018/2019). Agora, o ator retorna à emissora apenas para este folhetim e conta que vê vantagem em poder analisar as propostas primeiro e só depois decidir.

"Meu contrato é por obra. Atualmente, é melhor para transitar entre emissoras. A segurança é muito boa, mas eu fiquei 12 anos direto na Record. Fui muito feliz, mas, por obra, nos permite estar abertos para ouvir outras propostas e trabalhar com mais diretores. Acho isso interessante", pondera.