Diário da Região
ROCK

Rio Preto na mira do Guns n' Roses

Banda Guns N’ Roses confirma show para 7 de abril e inclui Rio Preto no roteiro da turnê mundial de 2026

por Salomão Boaventura
Publicado há 15 horasAtualizado há 8 horas
Floreal Cruañes Neto, fã do Guns N' Roses desde 1989, conta que a banda influenciou sua formação como pessoa. Ao lado, a capa do álbum "Use Your Illus (Arquivo Pessoal)
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Floreal Cruañes Neto, fã do Guns N' Roses desde 1989, conta que a banda influenciou sua formação como pessoa. Ao lado, a capa do álbum "Use Your Illus (Arquivo Pessoal)
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O Rock n’ Roll de Axl Rose, Slash, Duff McKagan, Richard Fortus, Isaac Carpenter, Dizzy Reed e Melissa Reese vai ecoar no Recinto de Exposições de Rio Preto no dia 7 de abril de 2026.

O anúncio foi feito pelo próprio perfil oficial da banda Guns N’ Roses no Instagram: o grupo escolheu Rio Preto como uma das paradas brasileiras da turnê mundial prevista para 2026. O show projeta a cidade no circuito internacional de grandes espetáculos. A organizadora dos shows, a Mercury Concerts, ainda não divulgou informações sobre vendas de ingressos para Rio Preto.

Além de Rio Preto, o giro pelo País terá shows em Porto Alegre (RS), São Paulo (SP), Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES), Fortaleza (CE), São Luís (MA) e Belém (PA).

INSPIRAÇÃO

O publicitário Floreal Cruañes Neto, 45, conta que é fã da banda desde 1989. “Eu tinha 9 anos e minha mãe comprou o primeiro disco da banda, ‘Appetite for Destruction’, por causa do hit ‘Sweet Child o' Mine’. A partir daí minha vida mudou. Dá pra dizer que a banda ajudou a formar o meu caráter, meus valores, influenciando totalmente minha formação como pessoa”, recorda.

“Por volta de 1993, meu quarto já era forrado de posters em todas as paredes, e eu consegui então a fita VHS do show do Guns n Roses em Tóquio. Eu assistia o show completo de duas a três vezes por dia, repeti isso durante uns dois anos. Por conta disso, decorei todas as cenas e todos os movimentos, e acabei sem querer, aprendendo a tocar bateria, que era minha grande vontade, apenas vendo milhares de vezes este show. Sem fazer aulas, acabei me tornando baterista e toquei profissionalmente por 21 anos”, completa.

Atualmente, esse material está com seu filho, Augusto Pinheiro Cruañes, 10 anos, também é fã da banda. “Todos os meus itens agora ficam no quarto dele, não consigo pegar de volta! Ele nunca foi a um show do Guns n’ Roses e está com uma imensa expectativa de vê-los na cidade em que nasceu. Sei que a energia da banda ao vivo e toda a produção que eles fazem nos telões irão encantar os fãs de todas as idades, por isso sei que será um dia inesquecível também para ele.”

Veteranos do Rock

A confirmação é mais um capítulo da trajetória de um grupo que ajudou a reorganizar o Rock dos anos 80. O Guns N’ Roses surgiu em Los Angeles em 1985, quando dois mundos musicais — o hard rock virtuoso e o punk do Sunset Strip — se chocaram nas composições carregadas de energia e caos de Axl Rose, Slash, Duff McKagan, Izzy Stradlin e Steven Adler. A banda cresceu nos bares esfumaçados da cidade, em apresentações curtas, intensas e imprevisíveis, criando reputação antes mesmo de assinar com uma gravadora.

O impacto definitivo veio em 1987, com o lançamento de “Appetite for Destruction”. O disco não apenas revelou clássicos como “Welcome to the Jungle”, “Nightrain”, “Sweet Child O’ Mine” e “Paradise City” — ele reposicionou o rock na cultura pop diante da avalanche de metal farofa e pop sintético que dominava a época. A crueza das letras, a estética sem glamour e a energia instável transformaram o álbum em um fenômeno mundial, hoje considerado um dos maiores debuts da história.

Nos anos seguintes, a ascensão virou megaprojeto com “Use Your Illusion I & II” (1991), quando o grupo levou a ambição ao limite: arranjos expansivos, solos longos, baladas grandiosas e videoclipes cinematográficos. A banda se tornou presença de estádio — e também uma fábrica de conflitos que levariam a uma longa sucessão de mudanças na formação.

Mesmo com turbulências, o Guns manteve influência constante no rock. A era de “Chinese Democracy” (2008) mostrou um Axl obsessivo em busca de novas linguagens, enquanto o retorno de Slash e Duff em 2016 recolocou no palco o trio mais emblemático da história da banda. A volta rendeu turnês gigantescas, público novo e fôlego renovado para tocar músicas que ultrapassaram gerações.

A chegada a Rio Preto insere a cidade em uma rota que normalmente passa por capitais ou grandes arenas. O anúncio cria expectativa em fãs de toda a região, que aguardam detalhes logísticos e abertura de vendas — informações que prometem movimentar hotéis, restaurantes e todo o entorno econômico do espetáculo.

Para Neto o show em Rio Preto será inesquecível. “Já fui a 4 shows da banda, e este será sem dúvida o mais importante para mim, por ser em ‘nossa casa’. O show será um evento importantíssimo não só para fãs de rock, mas para a cidade de forma geral. Isso vai trazer investimento, girar a economia local com hotéis, alimentação, e colocar a cidade no mapa dos shows. Certamente o sucesso deste show poderá abrir portas para muitos eventos grandes na cidade”, ressalta.

A turnê mundial de 2026 marca mais uma etapa na história de uma banda que atravessou quase quatro décadas, sobreviveu a excessos, mudanças, distâncias, rumores, brigas e reconciliações, mas segue como símbolo incontornável do rock. Em abril, essa herança desembarca em Rio Preto com guitarras afiadas e um repertório que moldou parte da música contemporânea.​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​