Premiação homenageia líderes religiosos de matriz africana em Rio Preto
Sacerdotes, sacerdotisas e lideranças de terreiros serão reconhecidos nesta sexta-feira, 19, por sua contribuição religiosa, cultural e social

O Plenário da Câmara Municipal de Rio Preto recebe na noite desta sexta-feira, 19 de dezembro, às 19h, a terceira edição do Troféu Axé. O evento é fechado, destinado exclusivamente aos dirigentes espirituais homenageados e seus convidados. Cada liderança poderá levar até cinco convidados, já que o espaço é limitado.
Criado pelo sacerdote Tatá Aurélio, o Troféu Axé é uma homenagem aos líderes de religiões de matriz africana que desenvolvem não apenas o amparo espiritual, mas também importantes projetos sociais voltados à comunidade. Não há vínculo político com a cerimônia. Os 55 homenageados receberão um certificado de honra como forma de reconhecimento.
“Esse troféu tem o intuito de unir as casas, de unir os terreiros. Incentiva a gente a lutar contra a intolerância religiosa todos os dias. Todos os dirigentes espirituais vão receber esse prêmio, pois todos são merecedores por desenvolverem esse trabalho na nossa sociedade”, afirma Tatá Aurélio.
Segundo o sacerdote, os líderes religiosos homenageados atuam diretamente no bem-estar socioemocional da comunidade, promovendo ações como arrecadação e doação de roupas e alimentos, desenvolvimento de projetos sociais e oferta de cursos profissionalizantes. Além disso, exercem um papel fundamental na promoção de valores éticos, no fortalecimento da identidade cultural, na construção da coesão social e no incentivo à tolerância religiosa.
Muitos dos dirigentes homenageados também estão entre os idealizadores da FestAxé, realizada no dia 20 de novembro, em alusão ao Dia da Consciência Negra.
De acordo com a organização, o Troféu Axé nasce da necessidade de reconhecer e valorizar sacerdotes, sacerdotisas, terreiros e lideranças das religiões de matriz africana em Rio Preto e região, cujas contribuições espirituais, culturais e sociais são, muitas vezes, invisibilizadas.
“Entendemos o evento como um espaço de afirmação da ancestralidade e de preservação da memória do povo de axé. Ao promover essa cerimônia pública de homenagens, buscamos fortalecer o respeito à diversidade religiosa e contribuir para o enfrentamento ao racismo religioso”, reforça Tatá Aurélio.
* Estagiária sob a supervisão de Salomão Boaventura