Mayara Ísis faz parte de antologia de poetas negras
Poeta Mayara Ísis, uma das fundadoras do coletivo Pretas PalaBRas, de Rio Preto, faz parte de publicação de mulheres negras organizada pela cearense Jarid Arraes


A comemoração do Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha (25 de julho) terá um sabor especial neste ano para a poeta e militante Mayara Ísis, de Rio Preto, uma das fundadoras do coletivo Pretas PalaBRas. Ela é uma das autoras do livro “Poetas Negras Brasileiras – Uma antologia”, lançado pelo Selo Ferina da Editora Cultura. Com poemas de mais de 70 mulheres negras do Brasil, a publicação tem organização da escritora, cordelista e poeta Jarid Arraes, do Ceará.
Mayara teve a oportunidade de conhecer Jarid pessoalmente há cerca de quatro anos, quando a cearense veio até o Sesc Rio Preto para ministrar uma oficina de cordel. “Eu já acompanhava o trabalho dela, principalmente os cordéis. Tivemos a oportunidade de trocar algumas ideias após a oficina e criamos uma amizade no Facebook”, relembra. O convite para a participação na antologia de mulheres negras veio em 2019, mas a pandemia acabou adiando os planos de lançamento do livro.
Em “Poetas Negras Brasileiras”, a poeta de Rio Preto se faz presente com o poema “Martelos”. A publicação reúne poetas de renome e mulheres que estão estreando na literatura negra feminina. “Essa antologia, assim como outras que já foram lançadas contemplando a escrita de negros e negras, é uma forma, sobretudo, de promover a pluralidade do movimento negro. Há realidades diferentes para além do racismo, e uma coletânea como essa revela identidades e reivindicações de forma plural, rompendo com estereótipos e estigmas que recaem sobre as mulheres negras na sociedade”, destaca Mayara.
A poeta de Rio Preto reforça que a reunião de autoras com trajetórias distintas tanto no feminino como no movimento negro possibilita o contato com vários olhares de mulheres negras sobre a realidade brasileira, ressignificando o espaço literário, que também é pertencente à população preta. “Mais que ocupar espaços, iniciativas desse tipo criam espaços.”
Além “Poetas Negras Brasileiras”, Mayara já integrou a coletânea “Ser Prazeres – Transbordações eróticas de mulheres negras”, lançada pela Editora Oralituras no ano passado; a antologia “Letras Negras”, com nomes da literatura preta de Rio Preto; e a última edição dos “Cadernos Negros”, tradicional publicação da Quilombhoje que promove o ativismo negro por meio da literatura. Ela ainda fez parte do projeto Diário da Quarentena, realizado pelo Sesc Rio Preto no ano passado, além do zine “como gozar antes do pôr do sol”, lançado pelo Sesc CE.
A antologia “Poetas Negras Brasileiras” está em pré-venda nos sites da Amazon, Livraria Cultura, Travessa e Martins Fontes Paulista.