Alunos de um colégio de Rio Preto iniciam distribuição de 650 livros por diferentes pontos da cidade
Campanha, realizada pelos alunos do Pollicare, incentiva a leitura

Se você encontrar um livro em um dos assentos do ônibus, no banco de uma praça, na igreja, entre diferentes espaços, saiba que ele não está ali por acaso. Ele foi passado adiante por alguma pessoa que leu. Este é o projeto desenvolvido pelo colégio Pollicare, em Rio Preto, que leva o nome de “Minha Cidade LÊ”. Mais de 650 livros estão sendo espalhados pela cidade para disseminar a literatura. Foram arrecadados livros infantis, religioso, de autoajuda, clássicos, entre outros tipos.
Vanessa Cristian Canhizares, coordenadora pedagógica do colégio, explica que já é uma característica deles incentivar a leitura. A ideia surgiu entre a coordenação e professores de português da escola. “Trabalhamos com projeto paradidático dentro da escola e, muitas vezes, após utilizar esses livros os alunos descartam eles. Então, nós tivemos essa ideia para expandir à comunidade. Junto com o projeto de educação financeira, eles tiveram metas. Por exemplo, alunos do 6º ano queriam fazer uma comemoração, ter um dia diferente, então eles tinham que trazer livros para alcançar a meta e ter a recompensa deles”.
Houve mobilização entre os alunos da 6ª à 3ª série do ensino médio. Eles levaram os livros para dentro da escola e surgiu a ideia de expandir para a comunidade. Ao todo, foram arrecadas 658 livros. Em todas as capas, a escola colou um adesivo com os dizeres: “Projeto minha cidade LÊ”. Você não encontrou este livro. Este livro te encontrou! Faça parte deste movimento de incentivo à leitura e viaje por lugares inimagináveis! Abrace essa ideia e, após lê-lo, passe-o adiante! Um mundo com leitura tem mais encantos do que a poesia pode descrever! Será um prazer saber quem é você! Tire uma foto com o livro e poste nas redes sociais marcando nosso colégio @pollicare”.
Segundo a coordenadora, alunos que foram embora de ônibus deixaram o livro no acento, alguns passaram pela Biblioteca Municipal, outros no terminal, e foram fotografando. “Fizemos o projeto nesse mês de junho. Fora os professores, os alunos estão retirando. Na porta da escola até abordaram os pais, explicaram o projeto na vizinhança, e o intuito é engajar o pessoal da comunidade mesmo”, comenta ela.
Vanessa ressalta que a tecnologia é importante na vida das pessoas e na das crianças também que nasceram inseridas nesse contexto. O fato de inserir a leitura de uma forma prazerosa, em que coloca uma questão não apenas da leitura para fazer uma prova, por exemplo, os alunos entendem que têm algo a mais. “A tecnologia faz com que os alunos leiam menos, escrevam errado, então incentivamos a leitura não só a parte pedagógica, mas a parte social, humana. Nós somos pedagogos e não vemos sentido em não incentivar as crianças nesse processo de leitura. Porque isso mexe com a parte acadêmica, mas no geral do cidadão”.
Segundo Vanessa, com esse projeto, os alunos trabalham a questão socioemocional. “Queremos entregar um aluno lá na frente melhor do que ele chegou aqui (na escola). Através da leitura c onseguimos fazer esse tipo de reflexão. Trazendo essa molecada para o prazer de ler, o poder de influenciar outras pessoas. Isso é fantástico.”