Pai de estudante que criou biblioteca pública em Rio Preto diz que livros estão disponíveis
O acervo, que está guardado no bairro Lealdade, está à disposição da estudante Kaciane Caroline, de 17 anos
A biblioteca pública “Formando Leitores”, composta por 4 mil livros doados pela comunidade rio-pretense, já pode voltar a funcionar. O acervo, que está guardado no bairro Lealdade, está à disposição da estudante Kaciane Caroline, de 17 anos.
Segundo Silvio Cesar Marques, pai da jovem, Kaciane tem a chave da biblioteca que ela inaugurou em abril de 2015, aos 10 anos de idade. Na época, além de apoio popular, a direção do Colégio London doou a estrutura da biblioteca e presenteou a garota com uma bolsa de estudos até a conclusão do ensino médio.
“Eu nunca proibi a Kaciane de pegar esses livros. Pelo contrário. No dia 4 de janeiro deste ano, meu filho disse para o namorado dela (via whatsapp) que os livros estão à disposição. Além da minha autorização para entrar na casa, ela tem a chave da biblioteca. Nós nem temos como entrar no local por não ter essa chave”, diz.
“A população não pode pensar que eu confisquei a biblioteca e ficar doando livros. O acesso está disponível a hora que quiser. Os livros estão apodrecendo, estão às traças. Queria saber por que ela está pedindo ajuda se já tem um acervo com 4 mil volumes”, questiona.
“Só aceitei guardar os livros porque ela foi morar em um apartamento pequeno, com a mãe, e não tinha espaço suficiente para armazenar um material tão grandioso. Mas muito antes da separação, a biblioteca não estava em funcionamento. Os livros estão aqui, e até quero que ela venha buscar”, afirma.
Entenda o caso
Em 2015, Kaciane Caroline ficou conhecida nacionalmente pelo sonho de ter uma biblioteca pública e incentivar a leitura. Com ajuda da comunidade, arrecadou cerca de 4 mil livros - ou seja, um acervo compatível à Biblioteca Municipal Castro Alves, de Votuporanga, que tem 5.498 volumes.
Com a separação dos pais, em janeiro do ano passado, Kaciane Caroline se mudou para um apartamento de um quarto, no Centro de Rio Preto, onde mora com a mãe, Adriana Cunha. Como o local não comporta tantos volumes, a Biblioteca permaneceu no bairro Lealdade, na zona norte da cidade. Segundo a jovem, o pai se recusou a entregar todo o acervo. Silvio Cesar Marques, no entanto, nega.
Kaciane diz que após a separação precisou fazer terapia e decidiu retomar o sonho de infância.