Com absoluto apoio de sua numerosa família, Adriana Cássia Neves nasceu e viveu os seis primeiros anos de vida em Potirendaba. Em seguida, mudou-se para Rio Preto, nas proximidades do antigo estádio do América, na Vila Santa Cruz.

A mudança ocorreu porque os irmãos Horácio (pai de Adriana), João, Cândido, Miguel e Luís venderam aos Franzotti a Poty, fundada por eles na década de 1950. A partir de então, os irmãos mantiveram a parceria e se tornaram sócios da Conebel, importante distribuidora rio-pretense de bebidas.

Mais tarde, Adriana, a irmã, Aliandra, e os pais se instalaram em uma casa na Vila Santa Catarina, bairro que chamavam de “Neveslândia”, por um motivo especial: dois quarteirões da localidade abrigavam residências de parentes de primeiro grau. Difícil sair e não encontrar um primo ou tio pelo caminho.

Quando não estava no Colégio São José para assistir às aulas ou participar de algum curso ou programa esportivo, Adriana brincava com os amigos, jogava taco e se divertia com animadas partidas de bola queimada. Cresceu em um ambiente acolhedor.

Aos domingos, a família se reunia em uma chácara na Vila Azul com objetivo de almoçar, conversar e se divertir. Esses momentos vividos na juventude de Adriana produziram memórias especiais, saborosas e que não podem ser apagadas pelo tempo.

Prestes a completar 14 anos, Adriana passou a reservar parte das férias de julho para ajudar a mãe, Consuelo, nas demandas do Departamento Financeiro. A garota conferia o prazo dos cheques, fazia pequenos serviços e se informava sobre a atividade comercial a fundo, aprendizado que, sem ela saber, fez toda diferença no futuro.

Em seguida, Adriana passou a trabalhar frequentemente na empresa, que experimentou algumas mudanças no quadro societário ao longo de sua trajetória. Sentia-se entusiasmada ao enxergar o mundo pelas janelas que se abriram bem na sua frente.

De forma natural, escolheu o curso de Administração ao ingressar no ensino superior. Terminou a graduação e, estudiosa, com sede de aprender, iniciou o curso de Direito. Trabalhava o dia inteiro e estudava à noite. Antes de obter o diploma, no entanto, um fato mudou, para sempre, a história da família Neves.

Em 22 de dezembro de 1993, Adriana, o pai e um funcionário voltavam de um evento em Ribeirão Preto. Na altura do trevo de Olímpia, o carro deles foi atingido por um veículo que atravessou a pista. Com o impacto, Horácio não resistiu e morreu. Um choque, uma dor, que reverbera em todos até hoje.

Mesmo devastada com o trágico acontecimento, Adriana, aos 25 anos, encontrou forças e assumiu a distribuidora, sem a presença marcante da figura paterna. Deu certo e agora ela completou 43 anos de empresa, a qual divide a direção com Joaquim Mattos.

Adriana Neves se tornou uma empresária de sucesso, reconhecida pela competência para liderar e humanidade no tratamento aos colaboradores, com empatia, olhar cuidadoso e disposição de se colocar no lugar do outro.