Exposição na casa de criar, em Rio Preto, revela a força feminina no Hip Hop
Mostra gratuita reúne marcos históricos, personagens e movimentos que romperam silêncios ao longo de quatro décadas

O Hip Hop sempre pulsou como um coração inquieto — e, entre suas batidas mais antigas e mais novas, há vozes de mulheres que insistiram em marcar o tempo. É esse fio contínuo de presença, resistência e invenção que a casa de criar apresenta em “A Presença Feminina na Cultura Hip Hop – Presença, resistência e (in)visibilidade”, exposição que traça a longa travessia do feminino na cultura Hip Hop, no Brasil e no mundo, abrindo para o público de Rio Preto uma narrativa construída a muitas mãos, memórias e microfones.
A entrada é gratuita, com possibilidade de visitas mediadas para grupos escolares conduzidas pelo artista visual juny kp!.
A mostra integra o projeto “Hip Hop em Rio Preto: voltando às origens, rumo ao futuro” e materializa a pesquisa da rapper, historiadora e pedagoga paulistana Lunna Rabbetti. O trabalho foi desenvolvido a partir da escuta e da convivência com protagonistas da história feminina na cultura Hip Hop, traçando conexões que atravessam quatro décadas.
Em “Mulheres na Cultura Hip Hop do Brasil”, núcleo central da exposição, Lunna organiza uma linha do tempo que destaca personagens, fatos, movimentos e obras marcantes desde 1983. A narrativa incorpora referências previamente reunidas pela pesquisadora e ganha reforço com a contribuição de juny kp!, responsável pelos dados internacionais, por informações sobre artistas nacionais e pela diagramação do material.
A curadoria segue um eixo conceitual orientado pelas “ondas femininas”, termo cunhado pela rapper Sharylaine, pioneira do Hip Hop nacional, e aprofundado por Lunna em seu doutorado na Universidade de São Paulo (USP). Cada onda, explica a pesquisadora, representa uma fase distinta dessa presença feminina, marcando avanços, disputas e reinvenções dentro de uma cultura historicamente marginalizada. “As quatro ondas são, acima de tudo, um movimento contínuo de memória, força e transformação”, afirma.
Entre os destaques da exposição está o LP Consciência Black – Volume 1 (1988), marco do rap brasileiro que reuniu nomes como Racionais MC’s e trouxe Sharylaine como única mulher entre os artistas. Também aparece na linha do tempo a criação da Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop, em 2010, além de registros que revelam os desafios enfrentados por artistas para ampliar sua participação e projetar suas vozes dentro da cultura.
A realização do projeto “Hip Hop em Rio Preto: voltando às origens, rumo ao futuro” é viabilizada pelo fomento da Lei Nelson Seixas 2024, da Secretaria Municipal de Cultura de São José do Rio Preto.
Programação da casa de criar
Cultura de Rua
6/12, sábado, 17h – DJ Barbara Ananda/ graffiti com Cora Manz kp! / dança com Doroc
Encontros com Ícones do Hip Hop
29/11, sábado, 19h – MC Gra
6/12, sábado, 19h – Fábio Cometa
Oficinas de Djing, com DJ Bocka, 3Fs
2/12, terça-feira, – 20h às 22h
Oficinas de Graffiti, com Willinsano, 5Fs
27/11 e 04/12 – 17h às 19h
Oficinas de Danças Urbanas, com Carol COF, 5Fs
27/11 e 04/12– 19h às 20h
Oficinas de Rap, com juny kp!
29/11, 18h às 19h
6/12, 15h às 17h
Exposição ‘Mulheres na Cultura Hip Hop – presença, resistência e (in)visibilidade’
em cartaz
Exposição ‘tudo o que fizemos no ano de 2025: uma retrospectiva’
1/12, 20h30
casa de criar – Rua Nelson Freitas, 745, São José do Rio Preto
Atividades gratuitas e abertas ao público