Espetáculo ‘Medida Protetiva’ aborda a violência contra a mulher no Sesc Rio Preto
“Medida Protetiva”, escrita por Eugênia Thereza de Andrade, aborda a violência contra a mulher em diferentes contextos e será apresentada no Sesc Rio Preto no dia 2 de agosto

Violência que não grita, mas reverbera em cada silêncio. Dor que atravessa gerações, culturas e geografias e encontra no teatro um espaço de resistência e denúncia. É com essa premissa que o espetáculo “Medida Protetiva” chega ao palco do Sesc Rio Preto, no sábado, 2 de agosto, às 20h.
Os ingressos estão disponíveis no site ou aplicativo do Sesc e na Central de Atendimento da instituição por R$ 15 (credencial plena), R$ 25(meia-entrada) e R$50 (inteira).
Com texto de Eugênia Thereza de Andrade e direção de Marcos Gomes, a montagem reúne cenas independentes, entrelaçadas por música ao vivo, que abordam a violência contra a mulher sob múltiplas perspectivas.
Celebrada diretora e professora de teatro e expressão corporal, Eugênia retorna à cena com uma dramaturgia que não pretende chocar, mas sensibilizar. “É um espetáculo que fala de violência, mas não é violento”, afirma. A peça mergulha em episódios de agressão, controle e dor vividos por mulheres anônimas e históricas — da violência doméstica ao aborto clandestino, da tortura à perseguição ideológica.
No elenco, nomes consagrados do teatro e da televisão: Agnes Zuliani, Bel Kowarick, Lucia Bronstein, Maíra Dvorek e o ator convidado Zé Carlos Machado. A trilha sonora é executada ao vivo pelo violoncelista Diego Mesquita, que cria uma atmosfera de tensão, lirismo e introspecção ao longo das cenas.
A construção do texto nasceu de um longo processo de pesquisa da autora sobre a violência de gênero — um tema que, embora urgente, ainda encontra barreiras para ser debatido com profundidade e sensibilidade. Eugênia, influenciada pela dramaturgia épica de Bertolt Brecht, estrutura a peça em fragmentos que se conectam mais pela emoção e pelo discurso do que por uma linearidade narrativa.
Ao escolher o título “Medida Protetiva”, Eugênia propõe um confronto direto com as estruturas sociais que continuam naturalizando a violência contra a mulher. O nome evoca a proteção legal, mas também evidencia sua insuficiência diante de uma cultura que ainda marginaliza e silencia.