Diário da Região
RODA DE CONVERSA

Escritora de Rio Preto participa da 23ª Flip com roda de conversa sobre perimenopausa

A escritora Carol Petrolini lançou recentemente a obra “Depois da Última Lua”, que trata sobre a fase de transição que antecede a menopausa, e participa da Festa Literária Internacional de Paraty

por Ana Carolina de Almeida*
Publicado em 31/07/2025 às 13:35Atualizado em 31/07/2025 às 16:37
Carol Petrolini fará uma mesa de autógrafos, das 18h às 20h, na “Casa Escreva, Garota!”, em Paraty (Divulgação)
Carol Petrolini fará uma mesa de autógrafos, das 18h às 20h, na “Casa Escreva, Garota!”, em Paraty (Divulgação)
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A escritora rio-pretense Carol Petrolini participa da 23ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), nesta sexta, 1º, levando à programação uma roda de conversa sobre seu novo livro, “Depois da Última Lua”, que trata sobre a perimenopausa - a fase de transição que antecede a menopausa. O evento, que acontece a partir das 8h, é aberto ao público.

O tema é uma continuidade de sua trajetória literária. A autora, que anteriormente escreveu uma obra voltada à primeira menstruação, "A Lua de Alice". O livro aborda os ciclos femininos de uma forma sensível e educativa, mas sempre ressaltando as fases do corpo feminino e a importância do diálogo aberto sobre esses processos.

“A menopausa, ela acaba sendo só um marco para falar de muito mais coisas. Porque do mesmo jeito que a primeira menstruação marca na adolescência e na puberdade, a menopausa, ela também é um marco na idade madura. Nessa passagem, a mulher começa a se deparar de uma forma mais evidente com as questões do envelhecimento, com as diferenças no corpo e notar que já não é mais como era antes, a produtividade também passa a ficar diferente”, explica a escritora.

“Mas o que fazer com isso? Porque se a gente olhar pelo que a sociedade nos cobra, a gente vai se sentindo como se só tivesse se perdendo. O livro aborda essas questões de perda: ‘tô perdendo juventude’, ‘tô perdendo beleza’, ‘tô perdendo produtividade’. A personagem fica tentando entender isso tudo que está acontecendo com ela”, acrescenta.

Na roda de conversa, com a participação de Daniela Águas, além de apresentar o conteúdo do livro, Carol busca promover um espaço de escuta e troca entre mulheres, ampliando o debate com base em vivências pessoais reais.

Segundo Daniela, há muita importância em tratar desse tema em conjunto com outras mulheres. Pois acredita que, além de ser pouco falado, é sempre necessário muita busca para encontrar o mínimo de algo que explique de verdade o que acontece com a mulher que passa ou irá passar por esta fase.

“Eu acredito que na sociedade, em geral, ainda não há essa abertura, tanto em relação à primeira menstruação, como em relação à menopausa. A mulher é silenciada pelas próprias mulheres. Não é difícil elas terem esse diálogo. É uma questão cultural”, diz.

“Além da história que a Carol conta no livro, ela traz muita informação em relação a essa questão da perimenopausa, dentro do próprio livro. Então, a ideia da roda é ampliar isso, com troca de ideias, troca de experiências com as outras mulheres. Espero que todas possam falar sem medo, sem vergonha”, afirma Daniela.

A escritora ainda ressalta que, em seu livro, fez questão de que a personagem também se encontrasse com outras mulheres em meio ao seu processo de perimenopausa.

“A cada capítulo, a personagem se encontra com outras personagens. Com a médica, que ela vai buscar informações, que é prima dela, ela se encontra com a melhor amiga, com a colega de trabalho e com a mãe dela, no fim, que tem um papel muito importante”, conta.

“A partir disso, cada uma dessas personagens vão trazendo o relato delas. Ao final de cada capítulo tem um depoimento dessas outras personagens, que contam um pouco sobre como elas estão passando por essa fase. A ideia era não trazer uma história única, para que muitas mulheres diferentes pudessem olhar e se identificar com essas questões. Por mais que ele seja um livro de ficção, ele também traz bastante informação. Então, eu falo até que é um livro meio híbrido”, completa Carol.

Ainda na sexta, 1º, acontece uma mesa de autógrafos, das 18h às 20h, na “Casa Escreva, Garota”, localizada na Travessa Gravatá, 56 C/D, no Centro Histórico.

A escritora e psicóloga reafirma seu compromisso em dar visibilidade a temas muitas vezes silenciados e contribuir para que mais mulheres encontrem acolhimento e informação sobre os ciclos do próprio corpo.

“A minha expectativa é usar o livro ‘Depois da Última Lua’, como uma mediação pra gente falar desse tema, do envelhecer como mulher hoje, da questão da menopausa dentro do contexto e da passagem do tempo na vida da mulher junto com as mulheres”, finaliza.

*Estagiária sob supervisão de Bruno Ferro