Em novembro, o ritmo da resistência ecoa pelas paredes da casa de criar. O espaço, conhecido por sua atuação nas fronteiras entre arte, educação e comunidade, dedica o Mês da Consciência Negra à Cultura Hip Hop — movimento que nasceu nas periferias e hoje segue pulsando como forma de afirmação e memória.

Com o projeto “Hip Hop em Rio Preto: voltando às origens, rumo ao futuro”, a casa de criar intensifica sua vocação como centro de cultura urbana, abrindo as portas para oficinas, encontros, batalhas, exposições e debates que reafirmam o Hip Hop como uma das expressões mais potentes da população negra no País.

Até o fim do mês, o endereço na Rua Nelson Freitas, 745, será ponto de encontro para artistas, produtores e coletivos que constroem a cena rio-pretense. Todas as atividades são gratuitas e contam com apoio da Lei Nelson Seixas, fortalecendo o espaço como referência da cultura negra e periférica no interior paulista.

A programação reúne nomes importantes da cena nacional e local, como juny kp!, DJ Barbara Ananda, Willinsano, Carol COF, Neguim Suspeito, TH (DMCU), Alienman, Fábio Cometa e MC Gra, além de crews de dança, MCs e produtores culturais. Aos sábados, a rua em frente à casa se transforma em palco de Cultura de Rua, com batalhas, discotecagem e performances abertas ao público.

Entre os destaques, está a vernissage da exposição “Mulheres na Cultura Hip Hop do Brasil – presença, resistência e (in)visibilidade”, que celebra o protagonismo feminino dentro do movimento — muitas vezes apagado da história oficial.

Já a série “Encontros com Ícones” promove conversas com figuras centrais da Cultura Hip Hop rio-pretense, reconhecendo suas trajetórias e contribuições à formação da cena local.

O mês ainda traz debates sobre produção cultural com Agnis Lorena, exibição de videoclipes de rap como linguagem de memória e resistência, além de ações formativas conduzidas por juny kp! no Sesc 24 de Maio, em São Paulo — reforçando a circulação do Hip Hop rio-pretense por outros territórios.

“Nossa programação valoriza a importância do Hip Hop como patrimônio cultural e instrumento de educação, identidade e transformação social”, explica juny kp!, curador da programação.

Com o microfone aberto e os muros coloridos de ideias, a casa de criar reafirma o poder da arte de rua como forma de existir, resistir e educar.