Diário da Região
‘ODAMIM’

Casal rio-pretense faz exposição de arte no metaverso

Artesãos das artes plásticas querem democratizar o acesso cultural

por Da Redação
Publicado em 06/05/2023 às 16:40Atualizado em 07/05/2023 às 07:49
Avatares dos artesãos das artes plásticas Regiane Silva Cury e Guilherme Vinhatico Cury, que fazem a exposição ‘Odamim’ no Metaverso (Reprodução/Odamim)
Avatares dos artesãos das artes plásticas Regiane Silva Cury e Guilherme Vinhatico Cury, que fazem a exposição ‘Odamim’ no Metaverso (Reprodução/Odamim)
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Apesar de ainda ser desconhecido pelo público em geral, o Metaverso deve ganhar cada vez mais notoriedade nos próximos anos.

Quem viu um espaço promissor no Metaverso é o casal rio-pretense Regiane Silva Cury e Guilherme Vinhatico Cury, artesãos das artes plásticas; eles promovem a exposição internacional “Odamim”.

De acordo com o casal – que também assina a curadoria da exposição –, a mostra já foi visitada por milhares de adeptos da realidade virtual, oriundos de vários países, principalmente na Ásia, Europa e América do Sul. A exposição pode ser acessada pelo site www.odamim.art.

Segundo Regiane, a ideia de usar realidade virtual nasceu da busca por inovação e democratização ao acesso cultural. “Como nosso objetivo não é o de proveito e obtenção de lucro, queríamos manter o acesso gratuito para ampliar o acesso. Então, pesquisamos e escolhemos as plataformas que nos deram maior liberdade criativa e que possuíam mais de 100 milhões de usuários”, explica.

Para tornar a exposição de artes ainda mais interativa, a artista relata que criaram itens digitais para que os visitantes pudessem customizar seus avatares. De acordo com Regiane, antes de estar disponível, cada item passa por um rigoroso processo de análise. “Primeiramente, traçamos os perfis dos usuários, de acordo com cada plataforma, e então projetamos dois mundos virtuais com cenários diferentes. Esses mundos são os locais onde construímos uma Galeria Virtual para, então, podermos expor nossas Obras de Arte”, completa.

Reinvenção

Bisneto de refugiados que buscaram asilo no Brasil, Guilherme aprendeu com seus antepassados a sempre se reinventar. Traçando um comparativo entre a evolução da internet e a humana o artesão explica sobre o uso do Metaverso.

“A sobrevivência exige adaptação. Nossa espécie, autodeclarada ‘humana’, esteve desde o princípio nos mais variados e inóspitos territórios, e ainda assim cá estamos. Àqueles que vieram antes de nós, por resistirem a intempéries e adversidades em ambientes pouco favoráveis, nos ensinaram que precisamos nos adaptar constantemente. E foi isso que nos motivou a estar entre os primeiros brasileiros completamente imersos no Metaverso. Estamos vivenciando uma nova corrente migratória, no digital”, diz.

Nesse cenário, segundo Guilherme, é necessário muito mais do que simplesmente pendurar o quadro na parede. “Cada Obra de Arte nossa possui um tempo de criação de nove meses. Após esse período de criação artesanal, a obra finalizada é fotografada, e o arquivo digital extraído da máquina fotográfica é editado. É realizada, então, a cunhagem do arquivo digital em NFT (token não fungível). A partir desse momento, todas as informações da Obra de Arte são validadas como propriedade de domínio”, explica.