Adolfo em verso e prosa

O município de Adolfo completa, neste 30 de novembro, 66 anos de emancipação política e administrativa. Para marcar a data, será lançado neste sábado, dia 29, às 10h, na Câmara dos Vereadores, o livro “Adolfo em verso e prosa – memórias de uma cidade”, obra que resgata a história local por meio de documentos, relatos e memórias de moradores.

O trabalho reúne pesquisas que remontam aos anos 1930, quando duas famílias batistas chegaram à região de Rio Preto para desmatar e formar o primeiro núcleo habitado. Naquela época, o povoado não tinha nome oficial. Evangélicos chamavam a localidade de Jericó, enquanto os católicos preferiam o nome Maitinga. As duas igrejas foram construídas em 1941. O impasse terminou quando o coronel Adolpho Amaral Mendonça emprestou seu prenome para batizar a cidade, enquanto seu sobrenome nomeou o distrito vizinho.

A obra, lançada pela Editora Z, foi produzida por moradores profundamente ligados ao município. Os autores são Laudney Mioli, José Rosa e Odair Rosa. A edição é de Edmilson Zanetti, com capa de José Artur e revisão de Íris Mariana. Todos nasceram, viveram ou ainda vivem no município.

Parte do conteúdo foi escrito de memória. Odair, que vive no mesmo endereço desde os primeiros meses de vida, redigiu trechos “de cabeça”. José pesquisou atas, documentos e recuperou entrevistas feitas há mais de 20 anos com pioneiros. Laudney, escritor há uma década, transformou a trajetória da cidade em poesia, assinando 90 estrofes rimadas. “Foi muito bom escrever sobre minha cidade natal. Difícil escolher uma estrofe favorita, todas foram feitas com muito carinho”, disse.

O livro traz ainda mais de 80 fotos históricas, registrando pessoas, paisagens e momentos das décadas de 1940 a 1990. Entre os destaques está a galeria com 12 formações do Adolfo Esporte Clube, que brilhou nos campeonatos amadores da Federação Paulista de Futebol nas décadas de 1960 e 1970.

Zanetti, que nasceu em Adolfo dois anos após a emancipação de Nova Aliança, considera a obra um resgate urgente. “A publicação chega aos 44 minutos do segundo tempo. Muitos dados se perderam no tempo, mas o essencial foi registrado por pessoas que têm praticamente seis décadas de informações frescas na memória”, conta.

Para ele, além do valor histórico, o livro tem forte significado emocional. “Reviver a história do lugar onde você nasceu é sempre emocionante. O capítulo em versos é de uma riqueza poética e literária espetacular.”

O editor destaca ainda a importância do registro. “Especial mesmo é preservar a história antes que a memória viva das pessoas se perca”, diz Zanetti.

* Estagiária sob a supervisão de Salomão Boaventura