‘Terra vermelha’ celebra o nascer de um lar

Era uma vez uma terra muito vermelha e fofa, onde nada havia — apenas altos muros. Assim começa o encantamento de “Terra vermelha” (Serifa Editora, 24 páginas), novo livro infantil da escritora rio-pretense Paula Loredo, que será lançado neste sábado, 1º de novembro, a partir das 15h, na Livraria Leitura, no Shopping Iguatemi, em Rio Preto. O evento contará com contação de histórias de Akila Moreira, que promete dar vida às palavras e cores da obra.

Com versos curtos e rimas leves, “Terra vermelha” transforma a construção de uma casa em uma celebração do lar. A narrativa convida as crianças a acompanhar a metamorfose de um terreno vazio em um espaço cheio de vida, onde o antes e o depois se unem por um fio de esperança. A repetição de “terra vermelha, fofa e sem vida” funciona como um refrão mágico, marcando o ciclo de transformação que atravessa a história — da construção ao renascimento.

Em três atos — construção, esquecimento e renascimento —, o livro propõe uma leitura sobre paciência, imaginação e pertencimento. Quando a personagem “olha e vê outra realidade”, o texto se abre como uma janela para o recomeço. É o instante em que a paisagem ganha cor, som e movimento, preparando o terreno para a chegada das “vidas” que habitam e celebram.

O ritmo sonoro e repetitivo do texto é ideal para leitura em voz alta, convidando pequenos ouvintes a uma cantiga de transformação. “Terra vermelha” é um convite para sonhar com espaços próprios, celebrando a beleza da mudança e o poder de criar raízes — mesmo em um chão antes sem vida.

Este é o segundo livro de Paula Loredo, que vê na escrita uma forma de compartilhar o encantamento que sempre sentiu pelos livros. “Os livros sempre fizeram parte da minha vida. A cada página virada, o prazer e a felicidade se entrelaçam às palavras, criando mundos novos que encantam nossos corações. Escrever e publicar minhas próprias histórias é compartilhar um pouco dessa alegria com os outros”, afirma a autora.

As ilustrações são assinadas por Ana Laura Alvarenga, artista com mais de 33 livros infantis no currículo e finalista do Prêmio Jabuti 2024. Sua técnica delicada, marcada por experimentações de cor e textura, reforça o tom poético da narrativa. “Para mim, o tempo é a coisa mais preciosa da vida e eu gosto de usá-lo criando mundos e experimentando técnicas para expressar o que sinto”, explica Ana Laura.

“Terra vermelha” é, enfim, um livro sobre ver o invisível — sobre o instante em que o barro deixa de ser apenas barro e se torna morada, lembrança e sonho.