Diário da Região
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Venda e aluguel de imóveis usados crescem e financiamentos batem recorde

Fechamentos de negócios do setor imobiliário de usados saltou 60% e elevou a procura por financiamentos

por Vanessa Mauri
Publicado em 22/12/2021 às 23:38Atualizado em 22/12/2021 às 23:39
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O financiamento de imóveis usados apresentou um aumento de 56% na comparação do primeiro semestre de 2019 ao de 2020 (Canva Fotos)
O financiamento de imóveis usados apresentou um aumento de 56% na comparação do primeiro semestre de 2019 ao de 2020 (Canva Fotos)
Fabiana Chiaparini e a família encontraram a casa que tanto sonhavam com a ajuda de um corretor de imóveis (Arquivo Pessoal)
Fabiana Chiaparini e a família encontraram a casa que tanto sonhavam com a ajuda de um corretor de imóveis (Arquivo Pessoal)
O financiamento de imóveis usados apresentou um aumento de 56% na comparação do primeiro semestre de 2019 ao de 2020 (Canva Fotos )
O financiamento de imóveis usados apresentou um aumento de 56% na comparação do primeiro semestre de 2019 ao de 2020 (Canva Fotos )
Segundo a presidente da Abecip, Cristiane Portella, esse é o segundo melhor resultado, pós plano Real, na história da Associação  (Divulgação Abecip)
Segundo a presidente da Abecip, Cristiane Portella, esse é o segundo melhor resultado, pós plano Real, na história da Associação (Divulgação Abecip)
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No estado de São Paulo, a compra e venda de imóveis usados cresceram 60% na primeira quinzena de agosto. A informação é do Sindicato de Habitação de São Paulo (Secovi-SP). Segundo dados da entidade, o aumento foi observado na comparação com as duas últimas semanas de julho. O Secovi-SP apontou que este foi o melhor resultado desde o início de abril, quando o setor sofreu com a crise causada pela pandemia do novo coronavírus. Na época, 71% das empresas disseram que os negócios de compra e venda de imóveis tinham caído.

De acordo com outro levantamento, esse do Painel Mercado Imobiliário (PMI), mesmo em meio a crise do coronavírus, o setor mostra sinais de retomada com aumento de venda e aluguel de usados, com dados, inclusive, superiores ao período pré-pandemia. A pesquisa mostra que a venda e o aluguel de imóveis usados teve crescimento de 44% em julho comparado a fevereiro, quando não havia casos confirmados de Covid-19 no país.

Os especialistas nesse setor na região concordam com os números. "Os investimentos em imóveis neste ano, novos e usados, cresceram mesmo em período de pandemia. Os investidores buscam maior segurança e rentabilidade, uma vez que colocar economias em instituições financeiras mostra-se menos rentável atualmente", afirma Marcelo Eleutério, proprietário da Select Imóveis em Rio Preto.

O Secovi-SP ressalta outra informação positiva que é o aumento no movimento das imobiliárias e no agendamento de visitas e de propostas recebidas pelos corretores de imóveis. Foi em uma visita agendada com um corretor que a empresária Fabiana Andreia Chiaparini e a família se apaixonaram pela casa onde moram há um mês, em condomínio fechado em Rio Preto. "Melhoraram muito as taxas de juros e isso nos motivou. Tenho que ressaltar também o corretor nos ajudou e deu total suporte para fazermos um bom negócio", conta Fabiana.

Os dois levantamentos também indicaram aumento nas locações, com 44% das imobiliárias fechando mais contratos nos quinze primeiros dias de agosto, em relação a última quinzena de julho. O casal Renato e Gleide Sangaleti optou por alugar uma casa e se mudou em abril deste ano. "Olhamos muitas casas em vários condomínios, percebemos que o mercado imobiliário está muito aquecido, e tem muitos imóveis disponíveis e com bons valores", disse Gleide, que é universitária.

Procura por crédito imobiliário bate recorde

Os dados positivos do mercado imobiliário de usados encontram confirmação nos indicadores do crédito imobiliário com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que movimentou R$ 10,82 bilhões em julho, com alta de 61,5% em relação ao mesmo mês do ano passado e expansão de 16,7% frente ao mês anterior. A análise é da Associação das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). "Trata-se do maior resultado para um mês de julho desde 2013 e o segundo melhor na série história pós plano Real", diz a presidente da Abecip, Cristiane Portella.

Outro dado da associação aponta que o financiamento da aquisição de imóveis usados apresentou um aumento de 56% na comparação do primeiro semestre de 2019 ao de 2020, enquanto o de imóveis novos aumentou 2%. "O setor está reagindo muito bem a esse momento que o país vive", complementou Cristiane.

A Caixa se manteve na liderança de fechamento de contratos imobiliários, com R$ 5,528 bilhões financiados nas modalidades construção e aquisição em julho. O Bradesco ficou em segundo lugar, com R$ 1,972 bilhão, e o Itaú Unibanco apareceu em terceiro, com R$ 1,748 bilhão. O contrato da enfermeira Angela Maria Buzinari está nessa estatística. Ela aproveitou o momento e há cinco meses encontrou a casa que ela e a família procuravam. "Conseguimos juros baixos e descontos na hora da negociação. Isso facilitou a nossa decisão", conta feliz.