Tendências imobiliárias que devem permanecer no pós-pandemia
Arquitetos analisam tendências que devem permanecer nos imóveis residenciais e comerciais após a pandemia


A pandemia mudou hábitos e transformou espaços. Agora, mesmo com a queda nos números de casos e mortes pela doença e com a retomada das atividades presenciais, algumas mudanças tendem a permanecer. O home office, por exemplo, foi, para muitas empresas, uma tendência descoberta na pandemia e que deve ser incorporada aos novos modelos de trabalho, o que, por consequência, exige a adatação dos imóveis residenciais. Ao mesmo tempo, os ambientes para receber familiares e amigos deve se mostrar uma tendência no pós-pandemia, com a valorização dos encontros presenciais.
A arquiteta Claudia Yamada, do Studio Tan-gram, observa que, antes da pandemia, era comum idealizar os ambientes a partir do uso tradicional, ou seja, a sala de estar servia para relaxar em frente à TV, o terraço ou varanda era o palco principal para a recepção de amigos e, para trabalhar, era necessário um home office acolhedor, mas que também se assemelhasse muito ao escritório das empresas.
A profissional ressalta, porém, que o confinamento modificou a maneira como as pessoas utilizam cada cantinho. "Por isso, acreditamos que o lar deve ser projetado de acordo com as atividades da família. Há quem goste, por exemplo, de trabalhar da varanda para ter uma vista mais bonita e um contato com o mundo exterior, mas pede para que haja uma persiana para controlar a entrada do sol", relata Claudia.
Monike Lafuente, do mesmo escritório, ressalta que muitos descobriram novos hobbys durante a pandemia e cuidar de plantas e hortas se transformou em uma paixão e passatempo revigorante para alguns. A tendência, segundo ela, é que essa vontade de estar próximo do natural continue. "As pessoas viram que cultivá-las pode ser simples e facilmente adequado à rotina, principalmente em apartamentos", afirma, destacando que estar em contato com o natural, além de relaxante, deixa a decoração do imóvel ainda mais bonita.
A profissional recomenda, para quem ainda não aderiu às plantinhas, começar a cultivar samambaia, espada-de-são-jorge, lírio da paz e orquídeas, por serem espécies de práticas e fáceis de cuidar.
No caso do home office, a demanda segue alta nos escritórios de arquitetura por projetos para repaginar o espaço de trabalho em casa. E as exigências são as mais diversas. "Os clientes têm se preocupado muito com a questão acústica e visual do espaço. É recorrente o pedido para trabalharmos um background interessante para as videochamadas, bem como mais privacidade para ajudar na concentração", afirma Claudia.
Ambientes corporativos

Nem tudo foi para o digital na pandemia. Muitas empresas exigem o atendimento presencial e já se preparam para voltar a atender clientes na mesma frequência do tempo pré-pandemia. Para esses casos, os espaços também foram repensados, de modo a oferecer maior segurança aos trabalhadores e frequentadores dos locais.
"Uma tendência que virá com força são as mesas maiores e compartilhadas, com salas multitarefas. Deixa-se para trás a ideia de mesas individuais e fixas, prezando agora por integração maior entre funcionários e equipes", explicam as arquitetas Bianca Tedesco e Viviane Sakumoto, do escritório Tesak Arquitetura.
Outra tendência são os ambientes com amplos espaços de circulação, boa ventilação e iluminação natural. "Quando não é possível contar com boa ventilação natural, temos que fazer adaptações. Projetar espaços amplos, prever exaustão, circulação favorável, manutenção e limpeza constante nos filtros de ar-condicionado e renovação do ar são alguns elementos que temos que observar com atenção", pontuam as profissionais.
Já com relação aos pisos, Bianca e Viviane indicam revestimentos de fácil limpeza, como porcelanatos, vinílicos e até mármores. "Optar por revestimentos de fácil limpeza é essencial, especialmente quando consideramos que um escritório tem bastante circulação de pessoas", explicam.