Diário da Região
IMÓVEIS

Tendências imobiliárias que devem permanecer no pós-pandemia

Arquitetos analisam tendências que devem permanecer nos imóveis residenciais e comerciais após a pandemia

por Da Redação
Publicado em 17/09/2021 às 15:55Atualizado em 17/09/2021 às 16:06
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Neste projeto, o aparador do hall de entrada ganhou uma divisória em vidro para setorizar o home office. A sapateira perto da porta tornou-se útil para os moradores que não gostam de entrar com calçados sujos em casa (Estúdio São Paulo/Studio Tan-gram)
Neste projeto, o aparador do hall de entrada ganhou uma divisória em vidro para setorizar o home office. A sapateira perto da porta tornou-se útil para os moradores que não gostam de entrar com calçados sujos em casa (Estúdio São Paulo/Studio Tan-gram)
Com plantinhas em vários pontos da decoração, esta sala ganhou mais vida sem deixar de lado o estilo minimalista dos moradores (Estúdio São Paulo/Studio Tan-gram)
Com plantinhas em vários pontos da decoração, esta sala ganhou mais vida sem deixar de lado o estilo minimalista dos moradores (Estúdio São Paulo/Studio Tan-gram)
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A pandemia mudou hábitos e transformou espaços. Agora, mesmo com a queda nos números de casos e mortes pela doença e com a retomada das atividades presenciais, algumas mudanças tendem a permanecer. O home office, por exemplo, foi, para muitas empresas, uma tendência descoberta na pandemia e que deve ser incorporada aos novos modelos de trabalho, o que, por consequência, exige a adatação dos imóveis residenciais. Ao mesmo tempo, os ambientes para receber familiares e amigos deve se mostrar uma tendência no pós-pandemia, com a valorização dos encontros presenciais.

A arquiteta Claudia Yamada, do Studio Tan-gram, observa que, antes da pandemia, era comum idealizar os ambientes a partir do uso tradicional, ou seja, a sala de estar servia para relaxar em frente à TV, o terraço ou varanda era o palco principal para a recepção de amigos e, para trabalhar, era necessário um home office acolhedor, mas que também se assemelhasse muito ao escritório das empresas.

A profissional ressalta, porém, que o confinamento modificou a maneira como as pessoas utilizam cada cantinho. "Por isso, acreditamos que o lar deve ser projetado de acordo com as atividades da família. Há quem goste, por exemplo, de trabalhar da varanda para ter uma vista mais bonita e um contato com o mundo exterior, mas pede para que haja uma persiana para controlar a entrada do sol", relata Claudia.

Monike Lafuente, do mesmo escritório, ressalta que muitos descobriram novos hobbys durante a pandemia e cuidar de plantas e hortas se transformou em uma paixão e passatempo revigorante para alguns. A tendência, segundo ela, é que essa vontade de estar próximo do natural continue. "As pessoas viram que cultivá-las pode ser simples e facilmente adequado à rotina, principalmente em apartamentos", afirma, destacando que estar em contato com o natural, além de relaxante, deixa a decoração do imóvel ainda mais bonita.

A profissional recomenda, para quem ainda não aderiu às plantinhas, começar a cultivar samambaia, espada-de-são-jorge, lírio da paz e orquídeas, por serem espécies de práticas e fáceis de cuidar.

No caso do home office, a demanda segue alta nos escritórios de arquitetura por projetos para repaginar o espaço de trabalho em casa. E as exigências são as mais diversas. "Os clientes têm se preocupado muito com a questão acústica e visual do espaço. É recorrente o pedido para trabalharmos um background interessante para as videochamadas, bem como mais privacidade para ajudar na concentração", afirma Claudia.

Ambientes corporativos

Biofilia (uso de plantas na decoração) aparece como forte tendência nos escritórios, com espaços amplos (Luís Gomes/Tesak Arquitetura) (Luís Gomes/Tesak Arquitetura)
Biofilia (uso de plantas na decoração) aparece como forte tendência nos escritórios, com espaços amplos (Luís Gomes/Tesak Arquitetura) (Luís Gomes/Tesak Arquitetura)

Nem tudo foi para o digital na pandemia. Muitas empresas exigem o atendimento presencial e já se preparam para voltar a atender clientes na mesma frequência do tempo pré-pandemia. Para esses casos, os espaços também foram repensados, de modo a oferecer maior segurança aos trabalhadores e frequentadores dos locais.

"Uma tendência que virá com força são as mesas maiores e compartilhadas, com salas multitarefas. Deixa-se para trás a ideia de mesas individuais e fixas, prezando agora por integração maior entre funcionários e equipes", explicam as arquitetas Bianca Tedesco e Viviane Sakumoto, do escritório Tesak Arquitetura.

Outra tendência são os ambientes com amplos espaços de circulação, boa ventilação e iluminação natural. "Quando não é possível contar com boa ventilação natural, temos que fazer adaptações. Projetar espaços amplos, prever exaustão, circulação favorável, manutenção e limpeza constante nos filtros de ar-condicionado e renovação do ar são alguns elementos que temos que observar com atenção", pontuam as profissionais.

Já com relação aos pisos, Bianca e Viviane indicam revestimentos de fácil limpeza, como porcelanatos, vinílicos e até mármores. "Optar por revestimentos de fácil limpeza é essencial, especialmente quando consideramos que um escritório tem bastante circulação de pessoas", explicam.