Dicas para ter um bom isolamento acústico em sua casa ou apartamento
Conheça os diferentes materiais que podem contribuir para ter ambientes mais silenciosos

Seja para reduzir barulhos externos ou para evitar que sons internos se espalhem pela vizinhança, o isolamento acústico é necessário e buscado por quem busca sossego nos momentos de descanso ou um lugar silencioso para trabalhar no home office, especialmente quando o imóvel está em áreas bastante movimentadas.
"Sem dúvidas, a poluição sonora é uma das vilãs do bem-estar que o trabalhador precisa para suas atividades em home office", afirma Allan Lopes, fundador e diretor global da empresa Healthy Building Certificate (HBC), especializada na consultoria e certificações de construções saudáveis.
Ele lembra que existe uma norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT NBR 10.151) que prescreve os limites sonoros, em decibéis (dB), permitidos durante o dia e à noite. Nas áreas estritamente residenciais ou no entorno de hospitais e escolas, por exemplo, o barulho não deve passar de 50dB durante o dia e 45dB no período noturno, considerado das 22h às 7h.
Mas engana-se quem acredita que para ter um bom isolamento acústico é necessário espalhar espumas pelas paredes e teto, como em um estúdio. O silêncio pode ser alcançado de maneiras muito mais estilosas, utilizando móveis e até acessórios, como cortinas e tapetes.
A arquiteta Isabella Nalon explica que o ideal é apostar em elementos como pisos de madeira, laminado com manta acústica, vinílico ou carpetes, que também agregam no acabamento. Na parte do teto, o forro de gesso pode ser executado com lã de rocha ou de vidro.
Para quem vai reformar um apartamento, a dica é investir em argamassa termoacústica nos pisos, material que ajuda a reduzir em até 40dB o barulho para o vizinho da laje inferior.
Outros tipos de revestimentos não são eficazes em relação ao bloqueio de ruídos, como os cerâmicos, que ecoam o som. Caso não tenha como substituir esses materiais, a recomendação é apostar em janelas e portas especiais que barram o som externo.
A escolha do mobiliário também pode contribuir para um melhor isolamento acústico. Quanto mais pesados e robustos os móveis, melhor, já que a onda sonora, ao ultrapassar a densidade do material como a madeira maciça, absorve, perde a intensidade e chega do outro lado mais fraco.
Quando posicionados de forma estratégica, os móveis propiciam bom desempenho para obter um local com menos barulho e eco. "Podemos observar que, quando os cômodos estão vazios acabam ocasionando reverberação, mas as escolhas certas no mobiliário e na decoração colaboram positivamente", explica Isabella.
Nas paredes, um mural de cortiça pode auxiliar na absorção de ruídos e ainda exercer a função decorativa de receber fotos. Tapetes, carpetes, cortinas, almofadas e mantas com tecidos felpudos e macios também contribuem na busca por aliviar o incômodo. Nos quartos, a cabeceira estofada pode ajudar o morador a vivenciar um sono mais tranquilo.
Nível máximo de barulho
Áreas de sítios e fazendas - diurno: 40dB; noturno: 35dB
Área estritamente residencial urbana ou de hospitais ou de escolas - diurno: 50dB; noturno: 45dB
Área mista, predominantemente residencial - diurno: 55dB; noturno: 50dB
Área mista, com vocação comercial e administrativa - diurno: 60dB; noturno: 55dB
Área mista, com vocação recreacional - diurno: 65dB; noturno: 55dB
Área predominantemente industrial - diurno: 70dB; noturno: 60dB
Fonte: ABNT NBR 10.151