Como a maternidade ajuda a desenvolver 'soft skills'
Pesquisa mostra como a maternidade contribui para o desenvolvimento de habilidades comportamentais essenciais no ambiente corporativo, como inteligência emocional, senso de urgência e capacidade de resolução de problemas

No atual mercado de trabalho, as competências técnicas já não são suficientes para garantir destaque profissional. A capacidade de lidar com situações complexas, comunicar-se com clareza, trabalhar em equipe e manter o equilíbrio emocional diante de pressões tornou-se tão ou mais importante quanto a qualificação técnica. Nesse contexto, a maternidade surge como um fator que contribui significativamente para o desenvolvimento das chamadas soft skills, ou habilidades comportamentais.
Segundo um levantamento realizado pela consultoria Robert Half no LinkedIn, a inteligência emocional é a habilidade comportamental mais impactada pela experiência da maternidade. Para 67% dos participantes da pesquisa, ela é a soft skill com maior poder de diferenciação no mercado. Em seguida, aparecem o senso de urgência (19%), a comunicação (8%) e o trabalho em equipe (6%).
“A experiência de ser mãe, embora permeada por complexos desafios, traz inúmeros diferenciais para o desenvolvimento pessoal e profissional. Um dos principais, sem dúvida, é o aprimoramento da inteligência emocional. Nada pode ser mais desafiador do que a responsabilidade de uma vida que depende de você. Lidar com situações adversas faz parte da rotina de toda mãe, não será diferente no dia a dia de trabalho”, afirma Mariana Horno, diretora de recrutamento executivo na Robert Half.
Mariana acrescenta que as mães tendem a desenvolver uma visão mais resolutiva, característica valorizada por empresas que enfrentam constantes mudanças e desafios. Além disso, a necessidade de conciliar múltiplas tarefas faz com que elas adquiram um senso de urgência mais aguçado, com planejamento eficiente, produtividade e sensibilidade.
Para as empresas, reconhecer esse potencial significa criar ambientes de trabalho mais acolhedores e compatíveis com a realidade dessas profissionais. Entre as boas práticas apontadas pela pesquisa estão: flexibilização da jornada de trabalho para quem tem filhos, oferta de auxílio-creche e convênio médico, licença parental estendida a todos os gêneros, programas de coaching durante a gestação ou licença, treinamentos de lideranças para promover a equidade, e investimentos específicos para impulsionar a igualdade de gênero.
“Felizmente, vejo que entre as empresas existe um movimento conjunto de conscientização e, aos poucos, a mentalidade está mudando. Não tenho dúvidas de que o mercado esteja se encaminhando para deixar de encarar a maternidade como um obstáculo profissional e passar a vê-la como uma oportunidade de aperfeiçoamento de competências-chave para o futuro do trabalho”, conclui Mariana.