Zoobotânico de Rio Preto recebe onça resgatada no Pará
Animal que estava em cativeiro ilegal, em péssimas condições físicas, veio para Rio Preto como parte de programa federal de conservação de espécies
Após seis anos, o Zoobotânico Municipal de Rio Preto volta a ter uma onça-pintada. O animal foi resgatado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) em 2023, em um cativeiro ilegal localizado em Tomé-Açu (PA). Essa transferência faz parte de um programa federal de conservação de espécies.
Segundo informações da Prefeitura, a onça que veio para Rio Preto foi encontrada na companhia de seu irmão. A mãe dos filhotes foi morta por caçadores, que os venderam no interior do Pará. Na casa onde foram localizados, eles usavam coleiras de cães, inadequadas para a espécie, e estavam subnutridos, à beira do raquitismo.
Após o resgate, os filhotes de onça-pintada receberam tratamento no Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras) da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).
Posteriormente, foram transferidos para o BioParque Vale Amazônia, em Parauapebas, no Pará, onde permaneceram até julho deste ano.
A decisão foi transferir um dos filhotes para o Zoobotânico de Rio Preto e o outro para o Zoológico Municipal de Guaíra, na região de Barretos. Ambos os zoológicos integram o Programa de Conservação e Manejo Ex Situ de Espécies Ameaçadas, coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB) e o Ibama.
A chegada da onça em Rio Preto exigiu um grande esforço logístico, envolvendo o Ibama, ICMBio, AZAB, BioParque Vale Amazônia e a empresa aérea Latam, por meio de seu programa "Avião Solidário". A primeira etapa da viagem foi rodoviária, de Parauapebas até Marabá, no interior do Pará. De lá, a onça veio de avião até Guarulhos (SP), para então seguir em transporte rodoviário até Rio Preto. No total, foram percorridos três mil quilômetros.
Novo Lar
No Zoobotânico, a onça ocupa uma área total de 477,33 metros quadrados, que oferece diversas opções de deslocamento vertical e horizontal. O espaço conta com enriquecimentos físicos para estimular a interação e o gasto energético, troncos e galhos para a manutenção natural das garras, e um tanque para estimular o nado. Por enquanto, o animal permanecerá em um período de adaptação, em uma espécie de quarentena ambiental. Quando atingir quatro anos, estará apto à reprodução.