Trauma após aborto é tema de evento da Arquidiocese de Rio Preto
Capacitação tem o objetivo de acolher mulheres que optaram pelo aborto ou que sofreram a perda de bebê de forma espontânea

A Arquidiocese de Rio Preto realiza nesta semana um encontro de formação do Projeto Esperança com o objetivo de ajudar famílias a superar os traumas do aborto. O evento será de sexta-feira, 18, a domingo, 20, na Paróquia Santo Expedito, no Residencial Gabriela. Voluntários serão capacitados tanto para acolher mulheres que praticaram o aborto e que sofrem emocionalmente, chegando a ter pensamentos suicidas, quanto também mulheres que sofreram aborto espontâneo e que não conseguem superar.
Adriana Regina da Silvia Bonhin e o marido, Valdir, são responsáveis pela comissão em defesa da vida da Arquidiocese de Rio Preto. Ela explica que muitas mulheres que optaram pelo aborto não se perdoam e carregam essa dor e destaca que, além da dor emocional, muitas sofrem também com dores físicas.
"Às vezes a mulher está numa situação de gravidez inesperada, a gente sabe que acontece por vários motivos, a mulher pode estar nesta situação e querer abortar. Passando o tempo, ela carrega essa dor com ela, que pode trazer consequências para a saúde e algumas pessoas até tentam o suicídio", diz ela.
Adriana afirma que o julgamento é muito forte, mas é preciso olhar também para a mulher que passou por essa situação e está sofrendo.
"Nós não estamos aqui para julgar, nem para apontar o dedo. Simplesmente estamos para oferecer apoio caso ela precise. É um acompanhamento sigiloso, não vamos divulgar em nenhum lugar. Quem nos procurar vai ter total apoio", ressalta.
Projeto Esperança
A fundadora e presidente executiva da Rede Colaborativa Brasil - Projeto Esperança Brasil, Zezé Luz, explica que o projeto é um apostolado de aconselhamento pós-aborto. Foi fundado há 25 anos no Chile e chegou no Brasil no ano de 2009. Visa ajudar pessoas no processo de cura pela dor do filho não nascido. O programa com suas metas e passos específicos foi desenhado e projetado para as segundas vítimas do aborto.
"Frequentemente, as mulheres que abortaram experimentam sensações dolorosas, crises existenciais profundas. O tema do encontro é a Esperança. Existe um caminho de reconciliação e perdão", diz.
Podem participar do evento lideranças de pastorais e movimentos, profissionais da área da saúde mental, e todas as pessoas que queiram participar voluntariamente. Para participar, é necessário fazer a inscrição no valor de R$ 100.