Afinal de contas, para que servem as valetas?
Odiadas por motoristas por danificar veículos e deixar o trânsito lento, as valetas são necessárias para o escoamento de água da chuva












Elas irritam os motoristas, danificam os carros, fazem o veículo gastar mais combustível e ainda quebram a fluidez do trânsito. Quem anda de carro frequentemente em Rio Preto sabe como é ruim passar pelas ruas com valetas. Algumas são tão profundas que o motorista precisa fazer manobras para o assoalho do carro não arrastar no asfalto. Mas afinal de contas, para quê servem as valetas?
Essas deformações asfálticas nos cruzamentos de ruas e avenidas são úteis apenas nos dias chuvosos. Isso porque a principal função da valeta é auxiliar no escoamento da água da chuva. Elas geralmente são construídas em regiões da cidade que não contam com a drenagem subterrânea (bueiros). Como o custo do sistema de microdrenagem, com galerias subterrâneas, é caro, as valetas se tornam uma alternativa barata para o município.
Em nota, a Prefeitura de Rio Preto informou que não há planos para, a curto prazo, construção de novas redes de drenagem pluvial subterrânea e, consequentemente, acabar com as valetas.
Cuidados
Como ainda está difícil se ver livre das valetas, o motorista precisa tomar alguns cuidados ao passar de carro pelos pontos. O erro mais comum, segundo o mecânico Marcelo Fabiano Alfaiate, é atravessar a valeta pela diagonal.
"Atravessar na diagonal danifica a suspensão, alinhamento e o amortecedor do carro. É um prejuízo grande. Isso sem falar no gasto de combustível. Ao reduzir a velocidade, trocar de marcha e acelerar novamente, o carro acaba consumindo mais combustível", afirma Marcelo.
Ele conta que a melhor forma de passar pela valeta é reduzir a velocidade e deixar o volante reto. "Assim, a suspensão não sofre danos".
Outro problema que também leva muitos carros ao mecânico é o cárter danificado. Quando isso ocorre, o dono do carro precisa desembolsar até R$ 1 mil para fazer o reparo. "O cárter é um recipiente que armazena óleo do motor. Os carros mais novos contam com uma proteção, mas os mais antigos não possuem. Se o cárter for danificado, o motor pode até fundir", disse o mecânico. Uma proteção de cárter custa em média R$ 100.
Desafeto dos motoristas
Uma das valetas mais famosas do bairro Eldorado fica na rua Walter Ferreira da Silva, cruzamento com a avenida Domingues dos Santos. Ela tem aproximadamente 30 cm de profundidade e é um verdadeiro desafeto dos motoristas.
"Ela é importante quando chove, mas não precisava ser tão funda porque tem carros que precisam diminuir muito a velocidade e acabam batendo na traseira do outro", disse o vendedor de móveis Rodrigo Pampolim, de 24 anos.
Outra valeta que é odiada fica na avenida Cenobelino de Barros Serra, esquina com a rua Eduardo de Nielson. "É horrível. Ninguém que tem comércio nessa região quer essa valeta. Além de atrapalhar, elas geram uma poluição sonora horrível, pois os carros, principalmente caminhões, precisam frear ao passar no local", disse o representante comercial Adriano Olivetti, 42 anos.
Boa Vista e Parque Industrial são bairros com bastante valetas. Uma delas fica na rua Capitão José Verdi com Siqueira Campos. Os motoristas precisam frear, engatar primeira marcha e cruzar. Outro exemplo fica entre as ruas Ipiranga e João Mesquita.
(Colaborou Luciano Ramos)