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Testada em Rio Preto, vacina contra dengue do Butantan tem eficácia de 79,6%

Estudo foi publicado no New England Journal of Medicine e mostra que proteção do imunizante foi de 79,6% ao longo de um período de dois anos; Famerp foi um dos polos de pesquisa da vacina

por Da Redação
Publicado em 31/01/2024 às 20:54Atualizado em 31/01/2024 às 21:27
Guilherme Baffi 16/12/2022 (Centro de Pesquisas Clínicas na Vila Toninho, onde ocorreu o estudo)
Guilherme Baffi 16/12/2022 (Centro de Pesquisas Clínicas na Vila Toninho, onde ocorreu o estudo)
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Um estudo do qual a Faculdade Medicina de Rio Preto (Famerp) participou, em parceria com o Instituto Butantan, foi publicado no New England Journal of Medicine. A publicação aponta que o imunizante, de dose única, evitou a doença em 79,6% dos vacinados, ao longo de um período de dois anos, protegendo tanto quem já tinha tido dengue como aqueles sem infecção prévia.

O imunizante ainda precisa ser submetido à aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) antes de ser utilizado para vacinação da população.

Os resultados da eficácia da vacina vieram após analises de resultados do ensaio clínico da fase 3.

“À medida que enfrentamos um aumento expressivo nos casos de dengue no Brasil, com números alarmantes nos primeiros meses de 2024, a eficácia demonstrada pela vacina oferece uma nova perspectiva para o controle da doença. Seguimos muito promissores com os resultados que a vacina tem demonstrado durante o estudo”, afirma o virologista da Famerp Maurício Lacerda Nogueira.

A proteção foi constatada em todas as faixas etárias, atingindo 90% em adultos de 18 a 59 anos, 77,8% entre os 7 e 17 anos, e 80,1% nas crianças de 2 a 6 anos. Indivíduos que já possuíam anticorpos para a dengue antes da pesquisa experimentaram uma proteção de 89,2%, enquanto aqueles sem histórico prévio do vírus alcançaram uma eficácia de 73,6%.

Importante notar que o imunizante manteve um perfil de segurança consistente em ambos os grupos, destacando-se como uma vantagem em relação a alternativas disponíveis no mercado privado, geralmente indicadas preferencialmente para indivíduos com exposição prévia à infecção.

A avaliação da eficácia do imunizante decorreu ao longo de um biênio, durante o acompanhamento de 16.235 voluntários provenientes de diversas regiões do Brasil, com idades variando entre 2 e 59 anos, distribuídos em 16 centros de pesquisa, incluindo a Famerp.