Diário da Região
VACINA NO CALENDÁRIO

Vacina contra Covid para crianças entra no Calendário Nacional de Vacinação

Vacina contra a Covid foi incluída no Calendário Nacional de Vacinação de crianças de seis meses a quatro anos; pais que desobedecerem podem até ser multados

por Lucas Israel
Publicado em 03/01/2024 às 20:44Atualizado em 04/01/2024 às 09:37
Vacina Pfizer Baby é aplicada em bebês no Brasil (Divulgação)
Vacina Pfizer Baby é aplicada em bebês no Brasil (Divulgação)
Ouvir matéria

Desde o dia 1º de janeiro deste ano, os pais de crianças com seis meses a quatro anos de idade estão obrigados a vacinarem seus filhos contra a Covid-19. Isso porque o Ministério da Saúde incluiu o imunizante no Calendário Nacional de Vacinação.

O Ministério da Saúde também recomenda, a partir do próximo ano, uma dose anual ou semestral para grupos prioritários com cinco anos ou mais e maior risco de desenvolver formas graves da doença, independentemente do número de doses prévias recebidas.

Em Rio Preto, segundo o Vacinômetro do governo do Estado de São Paulo, apenas 12,2% das crianças com até quatro anos completos estão com o calendário vacinal completo quando o assunto é Covid-19. No Estado, o índice é de 8,65%.

Segundo o artigo 14 do Estatuto de Criança e do Adolescente (ECA), a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias é obrigatória. Ou seja, a vacinação não é facultativa no Brasil quando a vacina é aprovada pela autoridade responsável, no caso, a Anvisa, e for incluída no calendário de vacinação, como é o caso.

O descumprimento do dever de vacinar os filhos pode levar a punições que variam em gravidade. A mais leve seria a aplicação de multa de três a 20 salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência, por exemplo.

Segundo o juiz da Vara da Infância e Juventude de Rio Preto, Evandro Pelarin, não cabe ao judiciário questionar as decisões do Ministério da Saúde e da Anvisa.

“As autoridades nacionais de saúde e sanitária são as responsáveis pela inclusão de vacinas no Calendário Nacional de Vacinação. Obviamente, não cabe a um juiz questionar tal decisão, que é técnica. Logo, deve-se cumprir o que está na lei, que prescreve textualmente”, disse.

Durante a pandemia, alguns pais se recusaram a vacinar os filhos e o caso foi parar na Justiça. No entanto, a solução foi rápida. “Em todos os casos que chegaram à Vara da Infância e Juventude sobre carteira incompleta de vacinação, os pais foram intimados a regularizar. Todos eles regularizaram as carteiras de vacinação a partir da primeira intimação”, completou o magistrado.

Em nota, a Secretaria de Saúde afirmou que “está adotando os protocolos recomendados pelo Ministério da Saúde para incluir essa faixa etária na vacinação contra a Covid”.

Outras medidas

Para as crianças, a recomendação é aplicar a primeira dose da vacina aos seis meses de idade, a segunda dose aos sete meses e a terceira dose aos nove meses. No entanto, todas as crianças de seis meses a menores de cinco anos não vacinadas ou com doses em atraso poderão completar o esquema de três doses, seguindo o intervalo recomendado de quatro semanas entre a primeira e a segunda doses e oito semanas entre a segunda e a terceira. Crianças que já receberam três doses de vacinas contra a Covid-19, nesse momento, não precisam de doses adicionais.

Segundo o governo federal, em 2023, até novembro, foram registrados 5.310 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19 e 135 óbitos nas crianças menores que cinco anos. As menores de um ano de idade apresentaram maior incidência e mortalidade. A doença também pode provocar uma condição grave conhecida como Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P). Desde o início da pandemia, foram notificados 2.103 casos de SIM-P no Brasil, com 142 mortes entre crianças.

Vacinas necessárias segundo o Calendário Nacional de Vacinação

Ao nascer

  • BCG (dose única)
  • Hepatite B

2 meses

  • Pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, Haemophilus influenzae B) – 1ª dose
  • Poliomielite – 1ª dose
  • Pneumocócica 10 – 1ª dose
  • Rotavírus humano – 1ª dose

3 meses

  • Meningocócica C – 1ª dose

4 meses

  • Pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, Haemophilus influenzae B) – 2ª dose
  • Poliomielite – 2ª dose
  • Pneumocócica 10 – 2ª dose
  • Rotavírus humano – 1ª dose

5 meses

  • Meningocócica C – 2ª dose

6 meses

  • Pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, Haemophilus influenzae B) – 3ª dose
  • Poliomielite – 3ª dose
  • Influenza
  • Covid – 1ª dose

7 meses

  • Covid – 2ª dose

9 meses

  • Febre amarela – 1ª dose
  • Covid – 3ª dose

12 meses

  • Pneumocócica 10 – Reforço
  • Meningocócica C – Reforço
  • Tríplice viral – 1ª dose

Vacinômetro

Doses para crianças de 6 meses a 4 anos são da Pfizer Pediátrica Baby

Cobertura em Rio Preto

  • Primeira dose: 11.459
  • Segunda dose: 7.764
  • Terceira dose: 3.125

12,27% das crianças de 6 meses a 4 anos tomaram as três doses da vacina