Diário da Região
CUIDADOS

Região de Rio Preto tem 65 cidades em alerta ou risco de epidemia de dengue

Noroeste Paulista contabiliza 2,1 mil casos da doença neste ano, segundo a Secretaria de Saúde

por Rone Carvalho
Publicado em 28/03/2023 às 20:03Atualizado em 29/03/2023 às 08:35
Nebulização contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, é uma das formas de combate (Divulgação/ Prefeitura de Rio Preto)
Nebulização contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, é uma das formas de combate (Divulgação/ Prefeitura de Rio Preto)
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A Secretaria Estadual de Saúde colocou 65 cidades da região de Rio Preto em situação de alerta ou risco de epidemia de dengue. De acordo com levantamento feito pelo Diário, com base em dados da pasta, o Noroeste Paulista contabiliza 2,1 mil casos da doença neste ano. Entretanto, inúmeros outros casos estão sendo investigados.

Em Santa Adélia, desde o início do ano, 121 pessoas tiveram resultado positivo para dengue. A cidade que está em estado de alerta para a doença após a morte de uma idosa de 81 anos intensificou os trabalhos de combate ao mosquito Aedes aegypti – transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus.

“A nossa grande dificuldade continua sendo a recusa de alguns moradores em receber as visitas dos agentes comunitários de combate às endemias. Temos moradores que dizem que vão consultar o advogado para ver se o agente pode realmente entrar na residência”, disse Tânia Mara Canossa, secretária de Saúde de Santa Adélia.

Outra cidade que intensificou os trabalhos de combate ao mosquito foi Álvares Florence. Em janeiro, o município de aproximadamente 4 mil habitantes registrou a primeira morte de dengue da história. A vítima era uma jovem de 22 anos.

“Depois da morte os moradores passaram a tomar mais cuidado, principalmente por ser uma cidade pequena. Para você ter uma ideia, em 2022, chegamos a registrar 400 casos positivos de dengue. Hoje, graças à intensificação dos trabalhos conseguimos controlar os casos”, explicou a coordenadora municipal de Saúde, Glaucia Waideman Fernandes.

Para conseguir controlar a epidemia de dengue, Álvares Florence intensificou o trabalho de vistoriar imóveis fechados. “Passamos a realizar mais visitas no final de semana e no final de tarde, que é o horário que comumente as pessoas estão chegando do trabalho”, afirmou Glaucia.

Rio Preto

Em Rio Preto, dados da Secretaria Estadual de Saúde apontam que, desde o início do ano, o município confirmou 1.083 casos de dengue. A pasta diz que os dados estão dentro do esperado para o período de sazonalidade, ou seja, no período típico da doença no ano.

Contudo, reforça a importância dos cuidados da população contra os criadouros do Aedes aegypti dentro de casa. “Orientamos que as pessoas recebam os agendes de saúde e participem ativamente do combate ao mosquito, como olhando se não tem água no vaso da planta, que é um local em que frequentemente encontramos larvas nas residência”, apontou Camila Santana, gerente da Vigilância Ambiental de Rio Preto.

Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que a dengue é uma doença sazonal e que há meses do ano em que é possível observar uma alta na taxa de transmissão, além de ocorrer ciclos epidêmicos e interepidêmicos de um ano para outro.

O Diário solicitou a lista das 65 cidades que estão em situação de alerta e risco para epidemia de dengue na região de Rio Preto, mas a pasta não informou.

Como evitar a dengue

NÃO DEIXE ÁGUA PARADA: são nesses locais que o mosquito nasce e se desenvolve

VASILHAS PARA ANIMAIS: os potes com água para animais devem ser muito bem lavados com água e sabão no mínimo duas vezes por semana.

SUPORTE DE ÁGUA MINERAL: lave-o sempre quando fizer a troca. Mantenha vedado quando não estiver em uso.

PRATINHOS DE VASOS DE PLANTAS: mantenha-os limpos e coloque areia até a borda.

COLETOR DE ÁGUA DA GELADEIRA E AR: atrás da geladeira existe um coletor de água. Lave-o uma vez por semana, assim como as bandejas do ar-condicionado.

PLANTAS QUE ACUMULAM ÁGUA: evite ter bromélias e outras plantas que acumulam água, ou retire semanalmente a água das folhas.

VASOS SANITÁRIOS: Em banheiros com pouco uso, dê descarga pelo menos uma vez por semana.

BALDES E VASOS DE PLANTAS VAZIOS: guarde-os em local coberto, com a boca para baixo.

RALOS: tampe os ralos com telas ou mantenha-os vedados, principalmente os que estão fora de uso.

GARRAFAS: devem ser embaladas e descartadas na lixeira. Se guardadas, devem estar em local coberto ou de boca para baixo.

LAJES: não deixe água acumular nas lajes. Mantenha-as sempre secas.

PISCINAS: mantenha a piscina sempre limpa, mesmo sem uso. Use cloro para tratar a água e filtre periodicamente.

CALHAS: limpe e nivele. Mantenha-as sempre sem folhas e materiais que possam impedir a passagem da água.

CAIXAS D’ÁGUA, CISTERNAS E POÇOS: mantenha-os fechados e vedados. Tampe com tela aqueles que não têm tampa própria.

CACOS DE VIDROS NOS MUROS: vede com cimento ou quebre todos os cacos que possam acumular água.

LIXO, ENTULHO E PNEUS VELHOS: entulho e lixo devem ser descartados corretamente. Guarde os pneus em local coberto ou faça furos para não acumular água.

FACILITE O CONTROLE DA DOENÇA: permita sempre o acesso do agente de controle de zoonoses em sua residência ou estabelecimento comercial.