Estudo da Famerp aponta proteção da vacina contra o coronavírus
A pesquisa foi realizada entre 5 de janeiro e 12 de setembro de 2021, com 2.777 pessoas atendidas pelo Hospital de Base de Rio Preto, no começo do processo de imunização no Brasil

Estudo da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp) concluiu que a vacinação reduziu os riscos do coronavírus nos vacinados. A pesquisa foi realizada entre 5 de janeiro e 12 de setembro de 2021, com 2.777 pessoas atendidas pelo Hospital de Base de Rio Preto, no começo do processo de imunização no Brasil. À época, a variante Gama, identificada em Manaus (AM), predominava na cidade.
O estudo foi coordenado pelo professor da Famerp Maurício Lacerda Nogueira, com a equipe do Laboratório de Pesquisas em Virologia, que monitorou todos os internados no HB por coronavírus, separando os dados por idade e sexo. Foram anotados sintomas, tratamento médico adotado e qual foi o resultado.
Segundo Mauricio, após a vacinação da população, houve uma atenuação do coronavírus, tornando a doença bem menos agressiva, se comparada ao início da pandemia no País. “Nós não levantamos o perfil atual (internados e mortos), mas empiricamente continuamos com o quadro muito semelhante, onde temos idosos com comorbidades, já com esquema de vacinação, e pessoas jovens com esquema incompleto. Esse é o perfil atual dos internados”, diz o pesquisador.
Entre os 2.518 participantes não imunizados, a idade média era de 51 anos e 71,5% apresentavam uma ou mais comorbidades, sendo as mais comuns cardiopatia, diabetes e obesidade. Já entre os 259 hospitalizados que haviam recebido duas doses de vacina, a idade média era de 73 anos e 95% tinham doenças de base.
“Não podemos dizer que a vacinação mudou o perfil dos atingidos pela Covid-19, mas ela mudou o perfil da gravidade da doença. Ela foi bem menos grave nos mais jovens com menos comorbidades e para os mais velhos com comorbidades mais simples”, afirma.
O pesquisador afirma que, apesar do País ter registrado números recordes de casos, a quantidade de mortos é bem menor agora em comparação com o período em que a população não tinha acesso aos imunizantes.