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CIÊNCIA

Estudo da Famerp aponta proteção da vacina contra o coronavírus

A pesquisa foi realizada entre 5 de janeiro e 12 de setembro de 2021, com 2.777 pessoas atendidas pelo Hospital de Base de Rio Preto, no começo do processo de imunização no Brasil

por Marco Antonio dos Santos
Publicado em 10/02/2022 às 21:26Atualizado em 11/02/2022 às 08:48
Estudo foi desenvolvido pela Famerp (Arquivo)
Estudo foi desenvolvido pela Famerp (Arquivo)
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Estudo da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp) concluiu que a vacinação reduziu os riscos do coronavírus nos vacinados. A pesquisa foi realizada entre 5 de janeiro e 12 de setembro de 2021, com 2.777 pessoas atendidas pelo Hospital de Base de Rio Preto, no começo do processo de imunização no Brasil. À época, a variante Gama, identificada em Manaus (AM), predominava na cidade.

O estudo foi coordenado pelo professor da Famerp Maurício Lacerda Nogueira, com a equipe do Laboratório de Pesquisas em Virologia, que monitorou todos os internados no HB por coronavírus, separando os dados por idade e sexo. Foram anotados sintomas, tratamento médico adotado e qual foi o resultado.

Segundo Mauricio, após a vacinação da população, houve uma atenuação do coronavírus, tornando a doença bem menos agressiva, se comparada ao início da pandemia no País. “Nós não levantamos o perfil atual (internados e mortos), mas empiricamente continuamos com o quadro muito semelhante, onde temos idosos com comorbidades, já com esquema de vacinação, e pessoas jovens com esquema incompleto. Esse é o perfil atual dos internados”, diz o pesquisador.

Entre os 2.518 participantes não imunizados, a idade média era de 51 anos e 71,5% apresentavam uma ou mais comorbidades, sendo as mais comuns cardiopatia, diabetes e obesidade. Já entre os 259 hospitalizados que haviam recebido duas doses de vacina, a idade média era de 73 anos e 95% tinham doenças de base.

“Não podemos dizer que a vacinação mudou o perfil dos atingidos pela Covid-19, mas ela mudou o perfil da gravidade da doença. Ela foi bem menos grave nos mais jovens com menos comorbidades e para os mais velhos com comorbidades mais simples”, afirma.

O pesquisador afirma que, apesar do País ter registrado números recordes de casos, a quantidade de mortos é bem menor agora em comparação com o período em que a população não tinha acesso aos imunizantes.