PMs de Rio Preto terão câmera na farda em dezembro
Policiais de Rio Preto começam a usar câmera nos uniformes a partir de dezembro, segundo o comando da Polícia Militar; veja como funcionam os equipamentos

O comandante do CPI-5, coronel Carlos Enrique Forner, anunciou que todos os policiais militares de Rio Preto vão trabalhar com câmeras corporais de monitoramento nos uniformes a partir de dezembro deste ano.
“A priori, vamos receber (as câmeras) para o nosso batalhão territorial, o 17º BPM, e estamos buscando câmeras para o 9º Baep (Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar). Todos os policiais que trabalham no operacional em Rio Preto vão receber as câmeras em dezembro”, diz o comandante. Em janeiro, isso deve ocorrer para todos os policiais que atuam no restante das cidades da região.
Forner recebeu a confirmação da chegada das câmeras corporais durante a visita do secretário-executivo da Polícia Militar, da Secretaria de Estado da Segurança Pública, coronel Alvaro Batista Camilo.
Assim como em Rio Preto, as câmeras entrarão em funcionamento nas cidades sedes dos dez Comandos de Policiamento do Interior (CPI), que ficam em municípios como Araçatuba, Ribeirão Preto e Bauru.
O equipamento de gravação de imagens e sons durante as ocorrências já é utilizado na Grande São Paulo, sendo responsável pela queda de 85% dos confrontos armados envolvendo policiais e de 41% no número de policiais envolvidos nestas ocorrências, segundo dados da PM.
“Os registros de violência doméstica aumentaram em 56% nas circunstâncias em que o policial está com a câmera, porque agora temos a prova se de fato a mulher foi agredida fisicamente, no momento em que a viatura chega”, explica o comandante.
Segundo Forner, as câmeras também vão ajudar a proteger os direitos da população e dos próprios policiais. “Hoje em dia, todo mundo filma os policiais e dá sua versão. A partir do uso das câmeras (corporais), o policial terá a sua versão da ocorrência gravada para se defender”, afirma o oficial.
A duração da bateria das câmeras corporais é de 12 horas, com registro durante todo o turno do policial. As imagens ficam armazenadas por 90 dias. “Aquilo em que há interesse de apuração administrativa ou criminal, tem um ano de (tempo de) armazenamento. A partir do momento que essa evidência é compartilhada com o Poder Judiciário e Ministério Público, o tempo de armazenamento sobe para três anos”, explica o comandante.
A Polícia Civil e a Polícia Técnica Científica podem solicitar cópias das gravações feitas pelas câmeras corporais, para inclusão em inquéritos e ajudar em laudos de crimes.
Os arquivos são criptografados, com acesso às imagens apenas por código, o que segundo o comandante, torna impossível a modificação ou exclusão da gravação. “O policial militar não tem a possibilidade de editar ou apagar, porque não tem nenhum acesso. A partir do momento que ele chega no batalhão, é feito o upload dos arquivos do equipamento, sem permissão de acesso do que foi gravado”, explica.
Para permitir a privacidade dos PMs, as câmeras só gravam áudio durante as ocorrências. Os policiais podem tirar o equipamento quando vão ao banheiro, por exemplo.
“A grande finalidade desse projeto é ajudar a ação do bom policial militar, que vai ter esse recurso à sua disposição como aliado. Não é nossa finalidade a fiscalização da atividade policial por conta das câmeras. Queremos dar um argumento a mais para que o policial trabalhe com segurança. Isso pra nós é fundamental” afirma o oficial.
Viaturas terão câmeras
O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira, 24, que vai investir R$ 5,4 milhões ao mês para instalar 3 mil câmeras em viaturas da Polícia Militar. O objetivo é que os equipamentos, que leem caracteres - de placas de veículos, por exemplo -, ajudem na identificação de criminosos e carros roubados. O sistema deve passar a operar no primeiro semestre do ano que vem e, por ora, será instalado em viaturas da Capital e da Região Metropolitana.
A instalação das câmaras faz parte do programa Detecta, que, segundo o governo, conta com 8,4 mil leitores de placas em pelo menos 4,4 mil pontos de todo o Estado. Essa nova fase chama-se “Detecta Móvel”. O sistema integra bancos de dados das polícias e imagens de câmeras de diversos órgãos.
Conforme o governo estadual, a licitação do “Detecta Móvel” deve ser publicada entre 5 e 9 de setembro deste ano, na modalidade de pregão eletrônico. Os R$ 5,4 milhões mensais servem para bancar a solução tecnológica - que inclui câmeras, software e tablets, por exemplo. O contrato será de 30 meses.
As câmeras, conforme o governo estadual, são capazes de reconhecer e alertar a um policial sobre um veículo roubado que esteja circulando. Elas são conectadas à internet, com acesso ao banco de dados do Detecta - onde estão as informações de veículos de interesse. (Agência Estado)
Como funcionam as câmeras
Equipamentos são acoplados aos uniformes dos policiais, na região do peito, parte frontal do colete à prova de balas
Gravam vídeo de todas as atividades policiais durante o turno de serviço (12 horas)
Acionamento da transmissão ao vivo, para o monitoramento do comando, a partir do primeiro disparo de arma de fogo
Por privacidade, o áudio só pode ser gravado a partir do acionamento do policial.
A gravação de vídeo tem início automaticamente, quando o policial retira o equipamento de uma espécie de totem, usando reconhecimento facial
As gravações incluem ações como abordagem, fiscalização, buscas, varreduras, acidentes e demais interações com o público
Os dados são transmitidos em tempo real e armazenados na nuvem (são mantidos por pelo menos 90 dias - prazo que pode ser maior em caso de investigação em curso)
Acesso às gravações ocorrem apenas por login autorizado
Cada aparelho conta com um geolocalizador que dá a posição exata de cada agente durante uma operação policial
Capacidade de armazenamento é de 64 gigabytes
A descarga das imagens para o banco de dados é feita ao final de cada turno de serviço. Durante esse tempo de upload, ocorre ao mesmo tempo a recarga de baterias
Resistência ip67: à prova de água e poeira
120 graus de ângulo de visão