Diário da Região
Rio Preto

LGBTQQICAPF2K+ pode se tornar a nova sigla do movimento

Tentativa de expansão da sigla LGBTI expõe a necessidade de ampliar a representatividade de gênero e sexo na dinâmica social

por Érica Bernardes
Publicado em 02/08/2018 às 22:43Atualizado em 08/07/2021 às 04:25
Vasco da Gama, com sua família: não vê impactos positivos (Pixabay)
Galeria
Vasco da Gama, com sua família: não vê impactos positivos (Pixabay)
Ouvir matéria

Se para as definições de amor, sexo e gênero cabem quase o alfabeto inteiro, imagina quando englobamos as definições do universo gay e trans. Uma nova proposta, levantada por um fórum LGBT britânico, coloca mais elementos na sopa de letrinhas do movimento. Para os usuários da rede social Quora, a nova sigla deveria ser LGBTQQICAPF2K (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queers, questionadores, intersexuais, curiosos, assexuais/agêneros, pansexuais/polissexuais, familiares e amigos, 2 "two spirit" (gêneros não-ocidentais), kink (formas de excitação não-heterossexual) e (outras opções).

A fórmula, que soma 14 letras, números e símbolo, é uma tentativa de ampliar e adaptar a representação de gênero, sexo e identidade. Mas recentemente, no Brasil, essa discussão foi além, já que a Aliança Nacional LBGTI levantou uma sigla ainda maior, formada por 17 elementos, que ficou em debate por seis meses.

Porém, para chegarem a uma sigla considerada inclusiva, a decisão foi adotar LGBTI , acrescentando o I, que representa Intersexuais (antigos hermafroditas, que nascem com a genitália ambígua) e o sinal de , para especificar que existem ainda outras denominações. "Em 1990, nós éramos todos homossexuais, depois passamos a ser GLS, GLBT, LGBT e agora LGBTI ", explica Tony Reis, diretor presidente da Aliança, diretor-executivo do Grupo Dignidade e integrante da executiva da rede GayLatino.

O representante descarta a possibilidade de mudar novamente a sigla, já que isso depende de muita articulação. "A sigla é importante porque são rótulos políticos e as pessoas dependem de políticas públicas, mas eu espero que daqui a dez anos nós não tenhamos mais siglas, que sejamos todos seres humanos e que todos respeitem a diversidade sexual. Nesse momento, nós ainda precisamos ter bandeiras e rótulos políticos para que as pessoas comecem a respeitar e as pessoas que já respeitam, continuem", explicou.

A implantação dos intersexuais na sigla nacional refletiu mudanças positivas, já que a Aliança está trabalhando junto com o Conselho Federal de Medicina (CFM) a articulação da política pública que autoriza a operação dessas pessoas somente quando adultas, ou seja, com mais de 18 anos. "Na maioria dos casos, os intersexuais eram mutilados ainda bebês", destacou Reis.