Funcionários do IBGE coletam dados sobre infraestrutura em Rio Preto
Com pesquisa sobre a infraestrutura das cidades, IBGE inicia o Censo 2022; em Rio Preto, 44 funcionários já estão nas ruas avaliando itens urbanísticos


Dados sobre as condições de vias, calçadas, bueiros, iluminação, sinalização, acessibilidade e arborização que vão ajudar prefeitos e demais gestores públicos a identificarem problemas e distribuírem melhor os investimentos. Essa é a meta da Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios, que marca o início das operações urbanas do Censo Demográfico 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em Rio Preto, a coleta de informações começou nesta segunda-feira, 20.
“Essa pesquisa é uma novidade, não tinha nos censos anteriores. Vai ser possível ver como está a infraestrutura das cidades quanto à pavimentação, bueiros, iluminação, rampas de acessibilidade, calçadas, faixas de pedestre, entre outros itens”, diz o coordenador do Censo em Rio Preto, Igor Augusto da Costa Santana.
Nesta etapa, não há entrevista com a população. Todas as informações são obtidas por meio de observação dos funcionários. Em Rio Preto, são 44 pessoas, divididas em seis equipes, que já estão percorrendo as ruas da cidade. “As prefeituras vão saber onde investir, onde não. Onde tem estrutura, onde não”, diz Santana.
O serviço deve levar três semanas. Segundo o IBGE, as informações integram o trabalho de preparação para a coleta de campo do Censo Demográfico, prevista para começar em 1º de agosto, mas também “servem de subsídio para uma série de políticas públicas nas três esferas de governo, envolvendo saneamento básico, mobilidade urbana, inclusão social, segurança pública e meio ambiente, entre outros temas”.
Em julho, começa a preparação dos recenseadores para a coleta de informações casa a casa. Em Rio Preto, serão 491 pessoas contratadas, 444 delas como recenseadoras. Segundo Santana, todas as casas serão visitadas e o tipo de coleta poderá ser “básico” ou “amostra”. No primeiro, o questionário é simples, com menos perguntas. O segundo é mais detalhado e deve ser realizado em até 20% dos domicílios. “Inclui questões de renda, trabalho, fertilidade”, detalha Santana.
Adiamentos
Realizado a cada dez anos, o Censo Demográfico visita todos os lares brasileiros – a estimativa é de 76 milhões de domicílios. A operação deveria ter ocorrido em 2020, mas foi adiada em decorrência da pandemia. A falta de destinação de verbas pelo governo federal também foi um obstáculo. Em 2021, o orçamento federal não trouxe os recursos necessários para a condução do Censo, que acabou cancelado novamente, mas desta vez sob uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) de que ocorresse em 2022. Dois concursos públicos para contratação dos mais de 200 mil trabalhadores temporários tiveram que ser cancelados.
As informações recolhidas pelo Censo servem de base, por exemplo, para o rateio do Fundo de Participação de estados e municípios, sendo essenciais também para políticas de saúde, como a necessidade de alocação de profissionais e equipamentos para atendimento pelo SUS e planejamento de políticas educacionais. Os dados são usados ainda como base para pesquisas amostrais, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do próprio IBGE, que levanta informações sobre o mercado de trabalho, como a taxa de desemprego.
“Como foi adiado duas vezes, estamos atrasados. O Censo serve para mostrar como está a população brasileira,” diz o coordenador em Rio Preto.
(Com Agência Estado)
Dúvida sobre questões
O IBGE ainda precisa superar alguns desafios para levar o levantamento a campo. O instituto informou há cerca de dez dias que não conseguirá incluir no questionário do Censo uma pergunta sobre orientação sexual e identidade de gênero, conforme determinado pela Justiça Federal. O instituto alertou, em comunicado emitido no último dia 9, que acionou a Advocacia Geral da União (AGU) para recorrer da decisão, caso contrário terá que adiar novamente o levantamento censitário.
O órgão estatístico afirma que não é possível cumprir a decisão “com técnica e metodologia responsáveis e adequadas”, lembrando que faltam menos de dois meses para o início da operação em campo. O instituto diz que inserir os quesitos no Censo em cima da hora, sem estudos, testes e treinamentos prévios, “seria ignorar a complexidade e o rigor de uma operação censitária do porte continental da brasileira - cuja discussão e elaboração dos questionários e sucessivos planejamentos e preparações se iniciaram em 2016” (Agência Estado)