Diário da Região
APOLOGIA AO NAZISMO

Estudantes são suspensos por ameaças de atentados em escola de Rio Preto

Eles são suspeitos de postagens com apologia ao nazismo e com ameaças de cometer atentados contra o estabelecimento de ensino

por Marco Antonio dos Santos
Publicado em 16/08/2022 às 21:39Atualizado em 17/08/2022 às 08:45
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A direção da escola estadual José Felício Miziara, na Chácara Municipal, em Rio Preto, suspendeu por uma semana os quatro alunos apreendidos pela Polícia Militar na segunda-feira, 15. Eles são suspeitos de postagens com apologia ao nazismo e com ameaças de cometer atentados contra o estabelecimento de ensino.

Os quatro adolescentes foram apresentados na Central de Flagrantes. Após prestarem depoimento, foram liberados pelo delegado de plantão, Roberval Macedo, para responder ao ato infracional em liberdade.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), foram apreendidos com os estudantes canivetes, facas, duas armas e os celulares, além de outros objetos. Entre as armas, estavam um “revólver pequeno aparentando ser de espoleta”, segundo o boletim de ocorrência, e uma espingarda de pressão.

Os telefones serão submetidos a perícia para descobrir quais eram as mensagens e quem são os outros integrantes do grupo de WhatsApp.

Advogado de um dos adolescente apreendidos, Diego Carretero nega que o estudante tivesse a intenção de cometer qualquer atentado na escola. “Ele é um bom estudante, que inclusive trabalhava com o padrasto. Por esta razão ele estava com dois canivetes. Nós explicamos que os instrumentos não podem ser levados no ambiente escolar. Ele entendeu”, afirma o advogado.

Carretero garante que a família do adolescente se comprometeu a ensinar para ele o mal causado pelo nazismo e a necessidade de respeito a todos. “Provavelmente, ele pode ter postado no grupo, se de fato fez isso, sem ter ideia do que é mesmo o nazismo. Acho que, depois do que aconteceu, ele vai se comportar corretamente” afirma.

Advogado de outro adolescente apreendido, Augusto Cesar Mendes Araujo disse que o estudante não teve a intenção de causar mal. “Nosso cliente compareceu espontaneamente perante à Central de Flagrantes imediatamente quando soube que seu nome estava sendo vinculado aos demais menores. Atendendo a orientação da defesa, que possui postura colaborativa junto às autoridades policiais, o cliente forneceu espontaneamente o celular para provar que não possui qualquer relação com os fatos narrados”, informou a defesa.

Não foram localizados os advogados de defesa dos outros dois estudantes apreendidos. Além de investigado pela Polícia Civil, o caso deve ser encaminhado à Vara da Infância e da Juventude.

Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que o caso foi encaminhado ao 5º Distrito Policial do município, onde será investigado. “Detalhes serão preservados por envolver menores de idade”, disse a nota.