Diário da Região
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Comerciantes da Rodoviária de Rio Preto estão há seis meses sem trabalhar

Lojistas estão sem poder vender desde o incêndio do Shoppping Azul

por Marco Antonio dos Santos
Publicado em 22/07/2021 às 21:05Atualizado em 23/07/2021 às 07:46
Celso Correa, 64 anos, mantinha há 25 anos uma tabacaria no segundo pavimento da Rodoviária (Guilherme Baffi 21/7/2021)
Celso Correa, 64 anos, mantinha há 25 anos uma tabacaria no segundo pavimento da Rodoviária (Guilherme Baffi 21/7/2021)
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Comerciantes da Rodoviária de Rio Preto cobram da Prefeitura um lugar para voltar a trabalhar. Todos foram desalojados desde o incêndio do dia 23 de janeiro deste ano, que destruiu o Shopping Azul. A promessa da Empresa Municipal de Urbanismo de São José do Rio Preto (Emurb), segundo ele, era arrumar um local provisório em seis meses. Até agora, porém, não tiveram resposta.

Dono de uma lanchonete no segundo piso do Terminal Rodoviário, Fábio Eduardo Mattos Silva diz se sentir revoltado. "Acertaram a situação dos comerciantes do Shoppping Azul, em uma praça perto do Terminal Urbano, mas não deram um destino para a gente. Falaram que iam liberar a Rodoviária em seis meses para a gente voltar atender, mas só liberaram a rua Pedro Amaral para trânsito. Nossa situação continua a mesma”, reclama o comerciante, que lamenta ter sido forçado a demitir quatro funcionários da lanchonete.

Celso Correa, 64 anos, que mantinha há 25 anos uma tabacaria no segundo pavimento, também cobra resposta. "A última vez que falaram com a gente foi para prometer que iriam comprar contêineres para nos instalar no Terminal Rodoviário provisório, mas já passou um tempão e ninguém dá uma luz para dizer se vão fazer assim ou reabrir a Rodoviária”, critica.

O cabeleireiro Eneas Rocha está até cansado de olhar para seus instrumentos de trabalho, inclusive as cadeiras de corte de cabelo, todas paradas em casa. Sempre que pode, ele passa um pano úmido para tirar o pó. "Muitos de nós alugaram espaço em imóveis na rua Pedro Amaral, perto da Rodoviária, para manter a clientela, mas não é a mesma coisa. Tinha um monte de fregueses”, lamenta o cabeleireiro.

A indefinição com os comerciantes também afeta os passageiros do Terminal Rodoviário provisório, que funciona no local do antigo Terminal Urbano. Quem espera seu ônibus para viajar ou faz uma parada em Rio Preto não tem um lugar sequer para comprar um alimento ou tomar café.

Por meio de nota, a Emurb respondeu que atualmente, está sendo elaborado o termo de referência para a licitação de estruturas temporárias, que possam fornecer condições adequadas de segurança e infraestrutura aos permissionários.

"As possíveis soluções foram avaliadas e debatidas em conjunto com os permissionários e a opção foi pela aquisição de contêineres. O plano é que a acomodação temporária esteja pronta com a maior brevidade possível, mas, antes da aquisição de quaisquer materiais ou estruturas pela Emurb, é necessário o cumprimento de toda a legislação relacionada a licitações e compras por empresas públicas”, informou a Prefeitura, sem dar um prazo para solução.