Diário da Região
CASOS GRAVES E MODERADOS

Com mudanças no atendimento de saúde, pacientes lotam UBSs em Rio Preto

Saúde orienta que pacientes com sintomas leves usem a telemedicina

por Marco Antonio dos Santos
Publicado em 07/06/2022 às 21:29Atualizado em 08/06/2022 às 08:22
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Sala de espera lotada na UBS do Santo Antônio (Johnny Torres 7/6/2022)
Sala de espera lotada na UBS do Santo Antônio (Johnny Torres 7/6/2022)
Recepção da UPA Norte com poucos pacientes (Johnny Torres 7/6/2022)
Recepção da UPA Norte com poucos pacientes (Johnny Torres 7/6/2022)
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O plano da Prefeitura de Rio Preto de acabar com as lotações das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), com restrição do atendimento só para casos graves e moderados em urgência e emergência, deu certo. As salas de recepção estavam vazias nesta terça-feira, 7. Mas houve um efeito colateral: as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ficaram lotadas, com pacientes cansados de esperar por um médico.

Após dois meses de crise no atendimento nas UPAs Norte, Tangará e Jaguaré e nas unidades da Vila Toninho e do Santo Antônio, a Secretaria de Saúde resolveu fazer a priorização. A Prefeitura diz que a avaliação segue critérios médicos, antes que o usuário tenha acesso à área de atendimento, inclusive para a pediatria. Quem não se enquadrar nessa avaliação deve procurar uma UBS – onde o atendimento não é de urgência – ou a telemedicina.

O tatuador Juninho Furlan, 35 anos, criticou o novo sistema. “Eu fui até a UPA Norte, com sintomas de coronavírus, garganta quase fechada, tossindo muito, mal consigo respirar. Mesmo assim, fui barrado na porta, porque falaram que meu caso não é grave”, reclama o tatuador, que mora com a mulher e uma filha de dois anos, na zona norte de Rio Preto.

Sem ter nem lugar para sentar, a auxiliar de limpeza Vanilda de Souza, 54 anos, aguardava na manhã de terça-feira ser chamada pela equipe de atendimento na UBS do Santo Antônio. A poucos metros, a UPA Santo Antônio tinha apenas cinco pessoas na sala de espera.

“Precisam colocar mais gente para trabalhar aqui no posto de saúde, Vi que estão faltando dois funcionários. Eu sou hipertensa e preciso de atendimento. E hoje o posto está mais cheio do que em outros dias”, diz a auxiliar de limpeza.

Do lado de dentro das UPAs, ainda há pacientes à espera de uma vaga de transferência para um hospital. O presidente do Conselho Municipal de Saúde, Antônio Fernando Araújo, afirma que a mudança feita pela Prefeitura transferiu a lotação das UPAs para os postinhos por falta de avaliação do sistema.

“A população vai para as UPAs porque tem certeza de que, além de ser atendida, irá sair medicada. No posto de saúde, isso nem sempre acontece, porque as farmácias não têm todos os medicamentos e fecham mais medo”, diz. Araújo acredita que a Secretaria de Saúde deveria aumentar o horário de atendimento nos postos, para dar conta da demanda. As UBSs abrem das 7h às 17h – com exceção da unidade do Solo Sagrado, que fecha às 20h.

Por meio de nota, a Secretaria de Saúde informou que terça-feira foi o primeiro dia de aplicação das medidas adotadas para otimizar o atendimento nas unidades de urgência e emergência.

“Toda mudança demanda tempo para adaptação e conscientização da população e a consequente necessidade de acertos pontuais para que o paciente tenha o melhor atendimento possível. Importante registrar que o problema detectado será objeto de avaliação e discussões técnicas para a busca da melhor solução”, informou em nota.

Além das UBSs, a Saúde orienta os moradores a procurarem pela telemedicina, quando o caso não for urgente. O serviço funciona pelos telefones 0800-7722123 e 0800-7705870.

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