Chuvas em Rio Preto superam média histórica para o mês de outubro
Previsão aponta para que isso ocorra também nos próximos meses

Em média, choveu cem milímetros em outubro até domingo, 10, em Rio Preto. Normalmente, o esperado é de 60 milímetros. Depois de uma estiagem que castigou a região, as águas são bem-vindas. “É o primeiro mês em 2021 em que o volume de chuvas acumuladas ultrapassa a média esperada”, afirma o engenheiro civil e sanitarista José Mário Ferreira de Andrade.
A Represa de Rio Preto encheu bastante com as últimas águas, o que abre possibilidade para que o racionamento na cidade, em vigor desde maio. “Quarta-feira no período da manhã estaremos analisando junto às equipes técnicas as possíveis mudanças e iremos divulgar a todos”, diz Fábio Furlan, gerente de operação e manutenção de água.
A umidade relativa do ar ficou acima de 60% nesta segunda-feira, 11, o que é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como ideal à saúde humana. Em alguns horários, durante a madrugada e a manhã, a umidade chegou a 100%. As chuvas também derrubaram as temperaturas. De acordo com o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), a estimativa é que até o próximo domingo, 17, as temperaturas não ultrapassem os 36 graus, com mínima de 18 graus. O que é uma boa notícia para Rio Preto, que nas últimas semanas vivenciou 40 graus durante a estiagem. As usinas hidrelétricas da região ficaram em situação crítica.
Para os próximos dias, a probabilidade de chuva mais alta é para sexta-feira, dia 15. De acordo com José Mário, o Operador Nacional do Sistema Interligado (ONS) prevê que as chuvas serão acima da média nos próximos meses. “Isso assegurará a operação das hidrelétricas, o que é uma boa notícia. Para a agricultura, as últimas chuvas foram essenciais. As pastagens começaram a ficar verdes, os cafezais e laranjais estão começando a florir, os seringais estão recuperando a cor verde intensa.”
As águas ajudam a despoluir, pois elas literalmente “lavam” o ar. Por causa das mudanças ambientais, os eventos extremos, como tempestades, devem se tornar cada vez mais frequentes. “Mais calor, mais energia, mais evaporação de água, mais vapor de água na atmosfera. No passado estimava-se entre 3 a 4% a presença de vapor d'água na atmosfera. Atualmente a Organização Meteorológica Mundial estima em 7% a quantidade de vapor d'água na atmosfera. Isso aumenta os riscos de precipitações intensas, dilúvios, rajadas de ventos fortes, granizo, como ocorreu nesse final de semana em Pirassununga”, descreve o engenheiro José Mário.