Área do antigo IPA pega fogo em Rio Preto
Mato seco e vento fizeram as chamas se espalharem, dificultando o trabalho das equipes dos bombeiros na quarta-feira, 18

A região do antigo Instituto Penal Agrícola (IPA) voltou a ser atingida por um incêndio. Por volta das 11h40 desta quarta-feira, 18, equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil de Rio Preto foram acionadas para tentar controlar as chamas que seguiram por várias áreas do local durante o período da tarde.
Segundo o coronel da Defesa Civil, Carlos Lamin, a maior dificuldade encontrada pelas equipes para conter o fogo foi a quantidade de vento, algo típico dessa época do ano. “O vento forte acaba transportando fagulhas acesas que acabam vencendo a largura dos aceiros, causando incêndio a muitos metros à frente. Com isso, ficam vários pontos de incêndio para os bombeiros combaterem”, explicou.
Por conta da quantidade de fogo, as equipes contaram com alguns reforços de usina e do Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto (Semae), que abasteceu as viaturas dos bombeiros, e da Fatec.
O fogo foi controlado por volta das 16h e até o fechamento desta edição não havia sido possível ter uma mensuração da quantidade de área afetada, mas a Defesa Civil acredita que seja superior a 150 hectares. O número ainda será confirmado pela Polícia Ambiental.
Na quinta-feira, 12, uma parte da área do antigo IPA, próxima do Instituto de Pesca, pegou fogo devastando 55 hectares. Na ocasião, a fumaça do incêndio provocou a interdição parcial da avenida Abelardo Menezes, devido ao risco de perda da visibilidade.
As queimadas têm prejudicado a qualidade do ar na cidade. Rio Preto registrou na última terça-feira, 17, a pior qualidade do ar em todo o Estado, segundo medição em 31 estações da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). A unidade do bairro Eldorado marcou emissão de 145 microgramas de material particulado fino (MP 2,5) durante a manhã, o que deixou a qualidade do ar em “Muito Ruim”, na classificação da Cetesb. A grande concentração de MP 2,5, que pode causar aumento dos problemas respiratórios e, a longo prazo, até câncer, se deu pelas queimadas.
Segundo o Corpo de Bombeiros, já são 2.102 casos de incêndio registradas entre 1º de janeiro e 16 de agosto de 2021, enquanto em 12 meses de 2020 foram registrados 1.167. Um aumento de 80% mesmo sem este ano ter terminado.
“Às vezes a pessoa joga uma bituca de cigarro e acaba acontecendo isso, tudo é possível. Por isso é muito importante que a população se conscientize”, acrescentou o coronel.
(Colaborou Emanuelle Cristina)