Alagamentos colocam em risco árvores da avenida Murchid Homsi, em Rio Preto
Constantes alagamentos do período chuvoso na avenida Murchid Homsi provocam a erosão do solo e ameaçam as árvores do local, considerado um corredor verde em Rio Preto


Os sucessivos alagamentos e enxurradas registrados na avenida Murchid Homsi, em Rio Preto, no período mais chuvoso, colocam em risco árvores que tiveram suas raízes expostas devido à erosão e remoção do solo às margens do córrego Aterradinho. Levantamento elaborado pela Prefeitura aponta ainda que outras 36 árvores, ao longo da avenida, devem ser retiradas ou passar por poda de seus galhos.
A vistoria realizada pelo engenheiro agrônomo da Secretaria de Meio Ambiente Otton Garcia de Arruda mostra que há riscos da queda de árvores na avenida. O espaço é considerado uma das principais áreas verdes da cidade e é usado como símbolo para mostrar arborização na cidade.
“Considerando que o período chuvoso é associado à ocorrência de ventos fortes, somados ao solo encharcado e a ocorrência de erosão laminar, favorecem para o aumento dos riscos de queda de árvores em espaços públicos. O levantamento foi realizado objetivando a avaliação de árvores mortas, em declínio ou que estão irrecuperavelmente atacadas por pragas ou doenças ao longo do canteiro central da avenida Murchid Homsi”, afirmou Arruda, no estudo realizado em março deste ano.
De acordo com a pasta do Meio Ambiente, além das árvores que tiveram suas raízes expostas, há 36 “árvores em estágio avançado de deterioração, fato que intensifica o risco de queda”. “Destacou-se também no presente laudo, a necessidade de poda de alguns galhos de árvores, no caso de estarem com risco de rachadura e queda. As árvores suprimidas deverão ser substituídas por quantidade igual ou superior”, afirmou a pasta em nota.
O motorista Fábio Rogério da Silva, começou a cuidar de trecho da avenida. Ele começou a plantar árvores frutíferas em espaço que frequenta com a mulher e a filha.
“As árvores são antigas e a enchente está expondo as raízes. Há seis anos, ele (Silva) planta árvores frutíferas e utilizamos o espaço, colocamos comida para os passarinhos e nossa filha gosta muito de vir aqui”, afirmou a esposa dele, a professora Virgínia Tiradentes Molina, 36 anos.
Entre as árvores condenadas em diversos pontos da avenida estão: oiti, aroeira-pimenteira, angico, canelinha, jambolão, pau-formiga, sibipiruna, cássia-amarela, ficus, palmeira-jerivá, graviola, leucena e ipê. O laudo aponta os locais com fotografias de cada espécie.
De acordo com os engenheiros agrônomos do Meio Ambiente, o intenso processo de erosão que ocorre em decorrência das cheias do córrego “proporciona exposição do sistema radicular (raízes) das árvores ali presentes, gerando estado de atenção e risco de queda para a maioria das árvores próximas às margens, nos pontos mais íngremes do barranco”. Os técnicos devem realizar uma nova vistoria na avenida nos próximos dias.
Obra prevista em 2023

A Prefeitura de Rio Preto planeja a execução de obra na avenida Murchid Homsi para ampliação da calha do córrego Aterradinho a partir do segundo semestre de 2023. O projeto prevê a construção de microdrenagem, com bocas de lobo, galerias e piscinões no sistema antienchente. O objetivo é acabar com os alagamentos.
A intervenção está na lista de 42 obras prevista em empréstimo no valor de R$ 300 milhões proposto pelo governo do prefeito Edinho Araújo (MDB) e aprovado na Câmara.
Apenas com a obra na Murchid de Homsi, a estimativa de gastos é de R$ 36 milhões. Está previsto ainda a construção de pista de caminhada, ciclovias e paisagismo na avenida.
De acordo com o secretário de Obras, Israel Cestari, o projeto está sendo elaborado e ainda não está concluído. Em nota, ele afirma que será necessário a supressão de diversas árvores ao longo da avenida. “Não temos a definição de quando será executada a obra, mas provavelmente inicie no segundo semestre de 2023”, afirmou Cestari na nota. (RL)