Réu é condenado a 8 anos de prisão por atropelar manifestantes em Mirassol
Julgamento aconteceu na tarde desta quinta-feira, 18; réu poderá recorrer em liberdade

Em júri popular realizado nesta quinta-feira, 18, no Fórum de Mirassol, o professor Israel Lisboa Júnior, de 31 anos, foi condenado a 8 anos e dois meses de prisão por ter atropelado 16 manifestantes bolsonaristas em novembro de 2022, na rodovia Washington Luís (SP-310). Entre as vítimas estavam duas crianças e dois policiais militares.
O conselho de sentença, formado por seis mulheres e um homem, reconheceu que o réu agiu com dolo eventual, ou seja, não queria matar, mas assumiu o risco de produzir o resultado. No entanto, afastou a qualificadora da surpresa.
A sentença, portanto, considera que Israel praticou tentativa de homicídio simples. Ele poderá recorrer em liberdade.
Durante o julgamento, a advogada Priscila Furlaneto defendeu que o professor agiu em legítima defesa. "Ele tentava socorrer a mãe, mas teve o veículo cercado e foi agredido. Como o carro estava engatado, trocou os pedais e acabou acelerando", afirma.
Para fundamentar a euforia dos apoiadores do ex-presidente, ela juntou ao processo reportagens que mostram que uma equipe de imprensa de Rio Preto também foi agredida durante a cobertura das manifestações.
Rodovia obstruída
O caso aconteceu no dia 2 de novembro de 2022, no km 450 da rodovia Washington Luís, em Mirassol. Inconformados com o resultado da eleição presidencial, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro bloquearam a pista entre Rio Preto e Mirassol.
De acordo com o processo, Israel, que dirigia um Fox, pretendia levar a mãe a uma consulta médica. Ele começou a fazer ultrapassagens pelo canteiro até chegar ao ponto de bloqueio.
“Após uma parada instantânea, ele teria acelerado bruscamente seu veículo em direção às pessoas, atropelando, pelo menos, 14 populares e dois policiais militares, observando-se que dentre os civis havia duas crianças. Com o choque, o acusado teria arremessado pessoas à frente e lateralmente, outras por cima do capô e passado com o carro por cima de outras, assumindo, em tese, o risco de matá-las e expondo muitas outras a perigo de morte”, consta em trecho da sentença de pronúncia.
Abordado por policiais, Israel teve o carro depredado por manifestantes e foi preso em flagrante. Quatro meses depois, foi beneficiado com liberdade provisória.