Justiça decreta prisão preventiva de motorista que matou jovem atropelada em Cedral
Ele foi submetido a audiência de custódia na manhã desta segunda-feira, 30

Em audiência de custódia realizada na manhã desta segunda-feira, 30, no Fórum central de Rio Preto, a Justiça decretou a prisão preventiva do estudante João Pedro Silva Alves, de 23 anos, que atropelou uma jovem 20 anos na saída de uma festa, em Cedral, e fugiu sem prestar socorro.
Estefany Ferreira Medina morreu no local do acidente. Uma amiga, de 24 anos, que a acompanhava no evento, conseguiu desviar do veículo, mas sofreu lesões no joelho. Ela foi qualificada como vítima de lesão corporal.
Morador da cidade de Guapiaçu, João Pedro estava dormindo quando recebeu a visita de policiais militares, por volta das 18h. O pai dele e dono do automóvel não sabia do acidente e ficou surpreso.
O delegado de plantão, José Luiz Barbosa Júnior, afirmou ao Diário que o rapaz confessou em depoimento ter ingerido bebida alcoólica, mas se recusou a ceder amostra de sangue para exame de dosagem alcoólica.
“Presume-se que estava embriagado, porque o evento era open bar. A confissão dele é um dos elementos de prova. Ele afirmou que fugiu porque se desesperou. Demonstrou estar bastante arrependido”, disse.
O motorista foi preso por homicídio culposo na direção de veículo, lesão corporal na direção de veículo, omissão de socorro e embriaguez ao volante.
O inquérito será presidido pelo delegado José Rubens, titular de Cedral. Com a conversão do flagrante em prisão preventiva, ele terá 10 dias para concluir as investigações.
“Aguardo a entrega do laudo necroscópico da vítima e o laudo pericial do local do acidente. Também preciso ouvir dois colegas de Estéfany que estavam na festa”, afirmou.
Para o delegado, o caso acende o alerta para a necessidade de fiscalização do poder público e polícias, em razão da proximidade com o carnaval.
“Teremos muitas festas nos próximos dias, com consumo de bebida alcoólica. É necessário que as autoridades realizem fiscalizações para garantir a segurança no trânsito”, disse.
Após audiência de custódia, o motorista foi levado para o Centro de Detenção Provisória de Rio Preto.
João Pedro é representado pelo advogado Juan Siqueira, que trata o caso como fatalidade. "Não era somente uma pessoa trafegando no meio da rodovia, local impróprio para pedestres, mas um grupo. A fuga, muito embora reprovável a primeiro momento pelo senso comum social e pela própria legislação especial, que pune a chamada omissão de socorro, se justifica pelo fato de o condutor, após o entrechoque, ter sido atacado por pessoas que estavam no local. O presente caso é uma fatalidade. Ambas as famílias merecem respeito, porque a dor é recíproca", escreveu.
Ainda nesta segunda-feira, 30, o advogado vai impetrar habeas corpus pleiteando a liberdade provisória de João Pedro.
Estefany será sepultada às 17h no cemitério São João Batista.