Diário da Região
MIRASSOLÂNDIA

Educação investiga caso de injúria racial em escola da região de Rio Preto

Professora foi afastada da turma durante a apuração, que pode até gerar exoneração

por Joseane Teixeira
Publicado em 23/06/2022 às 21:09Atualizado em 24/06/2022 às 09:42
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A Secretaria Estadual de Educação determinou o afastamento de uma professora de matemática investigada por injúria racial contra um estudante negro de 13 anos, matriculado no 8º ano da escola estadual Joaquim Mendes Pequito, no município de Mirassolândia. A servidora concursada responde a sindicância administrativa e a inquérito policial por ter chamado o aluno de “macaco” e ter usado a expressão racista “trabalho de preto” ao criticar uma atividade feita pelo adolescente. Por enquanto, a determinação de afastamento se restringe à turma da vítima, até que a Diretoria Regional de Ensino (DRE) conclua a apuração funcional, que poderá resultar em advertência, suspensão temporária ou até mesmo exoneração do serviço público.

O caso foi denunciado pela assistente social Zilda Ferreira, mãe do menino. À reportagem, ela disse que, em maio, o filho reclamou que a professora tinha chamado ele de “macaco César”, se referindo ao personagem do filme Planeta dos Macacos. A ofensa foi testemunhada pelos colegas de classe. “Orientei a não revidar e a comunicar o caso para a diretora, que disse ter advertido a professora sobre o comportamento. Mas, no dia 3, fui chamada na escola por causa de uma suposta falta disciplinar. A professora disse ter sido ofendida pelo meu filho. Ele alegou que somente revidou após ela chamar o trabalho escolar dele de ‘serviço de preto’,” disse a mãe.

Após sair da escola, a mulher denunciou o caso na delegacia da cidade. Um boletim de ocorrência foi registrado como injúria.

Além das aulas de matemática, a professora aplica atividades extra-curriculares, chamadas de eletivas.

Nesta quinta-feira, 23, a turma da vítima teve aula de design, que seria ministrada pela investigada, mas outra professora aplicou a atividade.

No dia anterior, 22, o estudante foi ouvido formalmente na sede da Diretoria Regional de Ensino, em Rio Preto. Por ser menor de idade, a mãe acompanhou o procedimento.

O inquérito de injúria será conduzido pelo delegado Amaury Cheffer de Oliveira Júnior. Ele foi procurado, mas não respondeu sobre o andamento das investigações.

Em nota, a Secretaria de Educação do Estado informou que repudia qualquer ato de racismo dentro ou fora do ambiente escolar. “A situação ocorrida está sendo ouvida pela Diretoria de Ensino de São José do Rio Preto, e a partir daí decidirá pelo afastamento ou não da docente. Foi colocada à disposição do estudante a assistência do Programa Psicólogos na Educação.”

Segundo a mãe da vítima, a professora pediu licença-prêmio nesta quinta-feira, 23.