Trio é condenado por furto de gado em fazendas da região de Rio Preto
Quadrilha é apontada como autora de diversos crimes do tipo
A Justiça de Paulo de Faria condenou três homens apontados como integrantes de uma organização criminosa especializada no furto de gado em propriedades do interior do estado de São Paulo. As sentenças, que variam de 12 a 17 anos de prisão, são resultado do trabalho de investigação realizado pelo delegado Paulo Buchala Júnior que, durante o monitoramento do bando, conseguiu esclarecer ainda outros dois furtos a propriedades rurais cometidos pela mesma quadrilha. Por isso, o crime em Paulo de Faria é considerado o “fio do novelo” sobre ações reiteradas envolvendo os réus.
O furto à fazenda aconteceu em fevereiro de 2020. Durante a noite, uma cerca foi arrombada e 50 cabeças de gado das raças girolanda e senepol foram apartadas e distribuídas em dois caminhões por meio da construção de um embarcador. Só que, durante a fuga, um dos caminhões tombou, matando nove animais.
Segundo informações do processo, Emerson Donizeti Gomes telefonou para o serviço de guincho a fim de rebocar o Mercedes. A partir de interceptações telefônicas, foi possível identificar os comparsas Flávio Vieira e Nilson Inácio da Silva. Enquanto o primeiro era responsável pela escolha das propriedades, definição do plano de logística e monitoramento da ação, os outros dois atuavam diretamente no carregamento dos caminhões, segundo a sentença. O Mercedes vermelho pertencia a Emerson. O azul, a Nilson.
Outros dois homens foram identificados, mas acabaram absolvidos deste processo por falta de elementos que comprovassem a participação efetiva no crime de Paulo de Faria.
O grupo já estava identificado pela Polícia Civil quando a equipe de Buchala soube de um furto contra uma propriedade rural de Cedral. No local, os policiais identificaram que os envolvidos eram os mesmos suspeitos investigados na ação de Paulo de Faria.
Após esse crime, outro furto foi praticado em Uchoa. Parte dos animais levados nessas duas ações foi localizado em sítios de Jaci e Engenheiro Schmitt. Os crimes foram julgados em processos separados, por se tratar de cidades diferentes.
Neste mês, a Justiça de Paulo de Faria condenou Emerson a 17 anos de prisão, Nilson a 13 anos e Flávio a 12 anos pelos crimes de furto qualificado e falsidade ideológica. No processo de Uchoa, Emerson e Flávio já haviam sido condenados a três anos cada um, além de um outro comparsa.
Para o delegado Buchala, a sentença de Paulo de Faria é uma resposta à altura dos crimes cometidos pelo grupo e do prejuízo causado aos produtores rurais.
“É uma forma de inibir não apenas os condenados, mas outras quadrilhas especializadas. Após o esclarecimento desses crimes e responsabilização dos envolvidos, houve considerável diminuição de furtos a propriedades rurais na região”, comemora.
Além da sentença, a Justiça determinou o perdimento de três caminhões utilizados no transporte do gado furtado, além de um Gol, de uma Saveiro e de todos os celulares apreendidos com os réus durante a fase de investigação.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados de defesa, que já recorreram da sentença.