Polícia continua buscas por estudante da Unesp de Ilha Solteira desaparecida
As buscas estão sendo realizadas no sítio onde morava o suspeito que mantinha uma relação amorosa com a jovem

A Polícia Civil, com apoio da Guarda Civil Municipal (GCM) e do Corpo de Bombeiros de Ilha Solteira, segue com as buscas, pelo 32º dia, para encontrar a estudante da Unesp Carmen de Oliveira Alves, de 25 anos, desaparecida desde o dia 12 de junho. As buscas estão sendo realizadas no sítio onde morava o suspeito que mantinha uma relação amorosa com a jovem, no assentamento Estrela da Ilha.
Segundo o secretário de Segurança Pública de Ilha Solteira, Alexandre Nunes, nesta segunda-feira, 14, foram realizadas buscas com o auxílio de um drone nas águas do rio São José, que margeia o lote, porém nada foi encontrado.
“Amanhã pretendemos retornar. Conseguimos um sonar com alguns pescadores locais para tentar, ao menos, localizar a bicicleta elétrica utilizada por ela no dia do desaparecimento”, disse Alexandre.
Durante as buscas no final de semana, um poço desativado no lote 24 do assentamento foi escavado, mas também nada foi encontrado.
Dois suspeitos seguem presos temporariamente: o rapaz com quem Carmen mantinha uma relação amorosa e um policial militar que mantinha um relacionamento com o primeiro suspeito. Até o momento, nenhum dos dois confessou o crime.
O caso
Carmen de Oliveira Alves, estudante de Zootecnia, desapareceu após concluir uma prova no campus II da Unesp de Ilha Solteira. Após o desaparecimento, a Polícia Civil iniciou as investigações, que resultaram na quebra de sigilo e na interceptação telefônica da vítima e de dois suspeitos — sendo um deles um estudante de Zootecnia que mantinha um relacionamento com Carmen.
Após a análise de todo o material disponibilizado pelas operadoras, foi constatado que Carmen não havia saído da cidade. Também foi realizada uma análise das câmeras de segurança de todo o percurso feito por ela desde que saiu da universidade. O último local onde a jovem foi vista com vida seria no assentamento Estrela da Ilha, onde morava o rapaz com quem se relacionava.
Com base nessa linha de investigação, a polícia passou a tratar o caso como feminicídio. De acordo com o delegado Miguel Rocha, a mudança se deu após a constatação de que Carmen foi vista pela última vez na residência do suspeito e não foi vista deixando o local.
As investigações apontam que o suspeito, com a ajuda do amante, teria matado a estudante e ocultado o corpo.
Motivação
Segundo o delegado, a possível motivação do crime seria o fato de Carmen ter descoberto o envolvimento do rapaz com furtos e roubos de fios de cobre na região e ter montado uma pasta no computador como uma espécie de dossiê.
O que diz a família da vítima
Lucas Oliveira Alves, irmão de Carmen, afirma que a relação da irmã com o suspeito vem desde a infância. Os dois teriam crescido juntos, estudado juntos e, com o tempo, passaram a se relacionar.
“Quando eles atingiram a maioridade, ele sempre dormia na casa da minha mãe, junto com a minha irmã. Era uma relação que todos sabiam que existia, porém discreta — não era concretizado que os dois eram um casal”, destaca Lucas.
Ao Diário, Lucas comentou sobre as especulações envolvendo um possível triângulo amoroso entre os suspeitos e a vítima, “Não existia um triângulo amoroso, como estão falando. A minha irmã namorava com o suspeito, e o policial militar aposentado era um amante dele”, conclui.
*Estagiário sob supervisão de Luna Kfouri