Diário da Região

Polícia amplia busca na área onde carro foi encontrado

Esposa de desaparecido desabafa sobre angústia após 40 dias sem notícias; polícia mantém buscas na região onde veículo foi encontrado no Paraná

por Marco Antonio dos Santos
Publicado há 1 hora
Fiat Toro foi retirado de bunker em área rural de Icaraíma, no Paraná (Divulgação)
Fiat Toro foi retirado de bunker em área rural de Icaraíma, no Paraná (Divulgação)
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Denise Cristina Pereira, esposa de Robishley Hirnani, um dos quatro homens desaparecidos no Paraná, afirmou que o encontro do veículo do grupo deixou os familiares ainda mais apreensivos quanto ao paradeiro do quarteto, que está sumido há 40 dias.

O Fiat Toro, encontrado pela Polícia Ambiental na última sexta-feira, 12, em uma área rural de Icaraíma, foi o carro em que Robishley, Rafael Juliano Marascalchi, Diego Henrique Afonso e Alencar Gonçalves de Souza foram vistos pela última vez, em agosto deste ano.

“Está ficando um enigma muito grande. Se eles mataram todo mundo, por que não estavam dentro do carro? São peças desse quebra-cabeça que não estão se encaixando”, desabafou Denise, que disse ter dormido pouco após a confirmação do achado.

A mulher de Robishley revela estar até com malas prontas, com seus pertences mais necessários, para viajar imediatamente para o interior do Paraná, quando for informada sobre o encontro do marido, seja qual for as condições.

Poucas informações

Denise também reclamou da falta de informações por parte da Polícia Civil do Paraná. Segundo ela, a família soube da localização do veículo pela imprensa e, desde então, acompanha o trabalho da polícia por meio de uma advogada que foi até o local.

Ela contou que já estava com as malas prontas para viajar ao Paraná, mas a família optou por aguardar novas informações concretas. Apesar do desgaste físico e emocional, Denise disse que mantém a rotina por causa dos três filhos e da esperança de que o caso seja solucionado.

“Não estou mais aguentando, mas tenho que levantar todo dia para cuidar dos meus filhos. Rezo todos os dias para que isso acabe logo. Já vai para 40 dias. Já deu tempo demais”, disse.

A angústia também atinge Maria Fernanda de Souza, 20 anos, sobrinha de Diego Henrique Afonso. Para ela, o encontro do carro reduziu as esperanças de que os quatro homens possam ser encontrados com vida.

O Fiat Toro, com placas de Olímpia, estava registrado no nome do marido de Maria Fernanda, mas quem era responsável pelo pagamento do financiamento era Diego.

“Falaram que tinha sangue e marcas de tiro. Então a gente já espera uma notícia ruim, mas ainda tenho fé. Acredito que só Deus pode dar a palavra final”, afirmou.

Deixa mais preocupada, Maria Fernanda, o fato de ter sido encontrado na madrugada de sábado, 13, junto ao carro enterrado, um boné utilizado pelo tio Diego Henrique Afonso. O objeto foi apreendido, para ser submetido a perícia criminal, a procura de pistas do paradeiro do quarteto.

Buscas continuam

A Polícia Civil do Paraná informou que as buscas foram retomadas na tarde de sábado, 13, com o apoio de um cão farejador do Corpo de Bombeiros. A ação está sendo realizada nas imediações onde o veículo foi localizado enterrado.

Segundo o delegado Gabriel Menezes, responsável pelo caso, a operação conta com a atuação conjunta da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil.

O caso

O quarteto - Robishley Hirnani de Oliveira, 53, e Rafael Juliano Marascalchi, 43, de Rio Preto, Diego Henrique Afonso, 39, de Olímpia, e Alencar Gonçalves de Souza - foi ao Paraná para cobrar uma dívida de R$ 255 mil referente à compra de uma propriedade rural.

A Polícia Civil do Paraná pediu a prisão preventiva de Antônio Buscariollo e Paulo Ricardo Costa Buscariollo (pai e filho) que, conforme o delegado Gabriel Menezes, tiveram contato com as vítimas pela última vez. Além de Antônio e Paulo, outros dois homens da mesma família também são alvo da investigação.