Diário da Região

Mutirão para moradores de rua será domingo no Jardim Paraíso

por Marco Antonio dos Santos
Publicado há 7 horasAtualizado há 4 horas
Corte de cabelo será feito no Pop Jud da zona norte (Marco Antonio dos Santos - 25 de junho de 2023)
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Corte de cabelo será feito no Pop Jud da zona norte (Marco Antonio dos Santos - 25 de junho de 2023)
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A zona norte de Rio Preto receberá neste domingo, 19, mais uma edição do mutirão “Pop Rua Jud”, ação voltada ao atendimento e acolhimento da população em situação de rua. O evento será realizado no bairro Jardim Paraíso e é fruto de uma parceria entre a Vara da Infância e Juventude, a Prefeitura, a Pastoral Diocesana do Povo em Situação de Rua e mais de 50 entidades públicas e privadas.

O objetivo do mutirão é oferecer serviços de saúde, assistência social, apoio jurídico e psicológico, além de promover encaminhamentos para abrigos, corte de cabelos, banhos solidários, tratamentos de saúde e internações para dependência química, quando necessário. Outro foco da iniciativa é reconstruir vínculos familiares de pessoas que vivem nas ruas, contribuindo para sua reinserção social.

“O esforço de todos nós é no sentido de nos aproximar dessas pessoas e criar vínculos para que possamos ajudá-las a sair das ruas”, afirmou o juiz da Vara da Infância e Juventude, Evandro Pelarin.

O magistrado destacou ainda que todo o trabalho segue rigorosamente os princípios da legislação brasileira, que proíbe qualquer forma de remoção forçada — tanto de pessoas quanto de seus pertences. “Nenhuma prática que promova remoções forçadas, tampouco discursos de ódio contra esse grupo, são aceitos por nosso grupo de trabalho. O Estado e a Justiça jamais vão difundir ou absorver discursos que incitem maus sentimentos”, ressaltou.

Para Pelarin, a solução para a questão da população em situação de rua deve ser construída com respeito, empatia e dentro da legalidade. “Nunca se encontrou uma boa solução a partir de maus sentimentos. Nossa atuação precisa ser legal e humanizada”, disse.

Ele reforçou que o objetivo da legislação não é manter pessoas nas ruas, mas garantir que elas possam deixá-las de maneira digna, sem violência e sem violações de direitos. “A lei não diz que elas têm que morar nas ruas. A lei diz que elas têm que sair das ruas, mas sem remoções forçadas e violência”, concluiu o juiz.