Morte de bebê de 4 meses em hospital de Ilha Solteira é investigada pela polícia
Anna Laura foi levada ao hospital na tarde do dia 5 de agosto, após tomar três vacinas no dia anterior. Mesmo apresentando dificuldade para respirar, o médico plantonista prescreveu uma medicação e deu alta para a criança. Mais tarde, a bebê não resistiu e morreu

A Polícia Civil de Ilha Solteira investiga a morte de uma bebê de 4 meses no Hospital Regional da cidade. Mesmo apresentando dificuldade para respirar, o médico plantonista prescreveu uma medicação e deu alta para Anna Laura Santos Menezes. Horas depois, a bebê piorou e morreu.
Camile Quércia, de 18 anos, mãe de Anna Laura, informou ao Diário que levou a filha para vacinar no dia 4 de agosto, em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de Ilha Solteira, e ela recebeu três vacinas. No dia seguinte, a criança começou a apresentar sintomas respiratórios e, com receio, Camile a levou ao Hospital Regional no período da tarde.
Por volta das 15h, a criança foi atendida pelo médico plantonista, que receitou um medicamento indicado como expectorante e liberou a criança para tratamento em casa.
Após sair do hospital, a mãe foi a uma farmácia para comprar o remédio prescrito. No entanto, o farmacêutico se recusou a entregá-lo, alegando que a dosagem era incompatível, pois correspondia a um tratamento para adultos.
À noite, o estado da bebê piorou e, novamente, Camile retornou ao hospital. Desta vez, foi atendida por outro médico, que pediu para que ela e o marido aguardassem em outra sala enquanto examinava a criança. Pouco depois, retornou informando que Anna Laura não resistiu e morreu.
A própria equipe médica acionou a polícia para relatar os fatos.
De acordo com o delegado de Ilha Solteira, Miguel Rocha, foi instaurado inquérito policial para apurar as circunstâncias da morte. “Estamos aguardando o laudo do Instituto Médico Legal (IML) e serão ouvidos médicos, enfermeiros, familiares e outras pessoas que tiveram contato com a criança”, afirmou.
Camile declarou ao Diário que está abalada com a morte repentina da única filha e acredita ter havido negligência, já que levou a menina visivelmente mal no período da tarde e, ainda assim, ela teve alta. Em vídeo enviado à reportagem, registrando o primeiro atendimento, a bebê aparece com respiração dificultada e pouca resposta aos estímulos.
O caso seguirá sob investigação da Polícia Civil.
Em nota, o Hospital Regional lamentou o falecimento e se solidarizou com a dor dos familiares. Afirmou também que está colaborando com as autoridades e instaurou apuração interna para analisar detalhadamente o atendimento prestado.
“Por respeito à privacidade da família e em razão do sigilo médico-legal, o hospital não fornecerá informações adicionais até a conclusão das investigações”, concluiu a nota.
*Estagiário sob supervisão de Bruno Ferro