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Morre o radialista e ex-vereador de Rio Preto José de Alencar Fresneda Sanches, aos 91 anos

Com carreira no jornalismo de Rio Preto, ele também ficou conhecido como liderança espírita e por ações beneficentes pela cidade

por Marco Antonio dos Santos
Publicado há 2 horasAtualizado há 2 horas
José De Alencar Fresneda Sanches morreu aos 91 anos (Álbum de Família)
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José De Alencar Fresneda Sanches morreu aos 91 anos (Álbum de Família)
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Morreu aos 91 anos o ex-vereador, jornalista, radialista e orador espírita José de Alencar Fresneda Sanches. Viúvo da desembargadora Carmem Garisto, falecida também este ano, ele vivia em São Mateus, no Espírito Santo, onde será velado e enterrado ainda neste sábado, 8. Ele faleceu na madrugada de sexta-feira, vítima de câncer.

Natural de Santo Anastácio (SP), nascido em 16 de abril de 1934, Sanches teve uma trajetória marcada pela dedicação à comunicação, à política e ao movimento espírita. Foi vereador em Rio Preto por duas legislaturas, de 1977 a 1982 e de 1983 a 1988, quando assumiu como suplente de 12 de agosto a 12 de setembro de 1986, durante licença do titular, Limírio Urias Gomes. No Legislativo, exerceu ainda o cargo de vice-presidente da Câmara Municipal, entre 1977 e 1979.

Na área social, ele foi conselheiro da Fundação Rio-pretense de Assistência Social. No movimento espírita, teve atuação destacada: presidiu a União Municipal Espírita de 1970 a 1976 e o Centro Espírita Cairbar Schutel. Também fundou o Lar Escola Maria Cândida, na Vila Toninho, que oferecia ensino e formação profissional a crianças e adolescentes.

“Ele ajudou muita gente ali. O aluno estudava de manhã e, à tarde, aprendia um ofício — marcenaria, mecânica, o que tivesse vontade. Foi um trabalho muito bonito que ele criou e que pouca gente conhece”, contou o filho José Roberto Fresneda.

Segundo José Roberto, o pai lutava contra um câncer no intestino havia cerca de 40 dias. “Ele estava internado e vinha resistindo, mas já estava bem debilitado. Conversou ainda com um vizinho, no hospital, mas infelizmente não resistiu. Faleceu por volta das duas da manhã”, relatou.

A mudança para o Espírito Santo ocorreu há mais de uma década, após o segundo casamento. “Minha madrasta assumiu um cargo no governo federal lá e ele foi junto. Já estava aposentado, vivia tranquilo. Ela faleceu há cerca de 30 dias, e agora ele também se foi”, contou o filho.

Homem de fé, Sanches deixou orientações simples sobre sua despedida. “Meu pai era espírita e não queria velório. Ele dizia que o espírito segue em paz e que o corpo é só uma passagem”, afirmou José Roberto.

Como comunicador, Sanches construiu uma carreira sólida no rádio. Atuou em diversas emissoras do interior paulista e de outros estados, entre elas a Rádio Brasil Sul (RBS), de Florianópolis (1991 a 1993); Rádio Independência AM, de Rio Preto (1964 a 1968 e 1980 a 1991); Rádio Clube de Birigui (1978 a 1979); Rádio Difusora de Mirassol (1977); Rádio Brasil Novo, de Rio Preto (1970 a 1976); Rádio Difusora de Rio Preto (1969); Rádio Pan-Americana (atual Jovem Pan), de São Paulo (1960 a 1963); Rádio Difusora de Presidente Prudente (1957 a 1960) e Rádio Brasil de Santo Anastácio (1954 a 1956).

José Roberto lembrou o pai como “um homem correto, que não bebia, não fumava e sempre trabalhou muito”. “Ele foi uma pessoa do bem, que ajudou muita gente. O mundo fica mais pobre quando morre alguém assim. Quem perde é o mundo, porque pessoas boas fazem falta”, disse.

São-paulino e apaixonado pelo rádio, José de Alencar Fresneda Sanches deixa três filhos, José Roberto, Paulo e Carmen Sílvia, e um legado de dedicação à comunicação, à política e ao serviço comunitário.