Diário da Região
LUTO

Morre em Rio Preto, aos 75 anos, o comerciante e escritor Cesar Maluf

Assíduo participante do Espaço do Leitor, do Diário da Região, Cesar Maluf escreveu o livro "Yes Brasil, rumo ao Primeiro Mundo", em que destaca a importância do voto, especialmente no Legislativo

por Gabriel Vital
Publicado há 15 horasAtualizado há 12 horas
Cesar Maluf morreu aos 75 anos (Jorge Maluf/Arquivo pessoal)
Cesar Maluf morreu aos 75 anos (Jorge Maluf/Arquivo pessoal)
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Bacharel em Direito, comerciante, ex-servidor público, escritor e um assíduo participante do Espaço do Leitor, do Diário da Região, Cesar Maluf morreu na última quarta-feira, 16, aos 75 anos, em Rio Preto.

Nascido em São Caetano do Sul em 10 de junho de 1950, Cesar passou parte da infância entre Rio Preto e Estrela D’Oeste, onde seu pai, descendente de libaneses, mantinha uma cerealista. Ex-servidor da Secretaria de Obras e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Maluf também morou por duas décadas em Santos, onde foi pioneiro na locação de fitas de vídeo. De volta a Rio Preto, fundou a metalúrgica Mercearia do Aço, com invenções voltadas ao mercado de videolocadoras.

Embora não tenha atuado na política, nutria forte interesse pelo tema, influência herdada do pai, que ironizava os prefeitos que investiam em obras chamativas em vez de solucionar problemas básicos.

Participante frequente do Espaço do Leitor, Cesar reuniu em 2023 seus textos no livro Yes Brasil, rumo ao Primeiro Mundo, editado pelo jornalista Nelson Gonçalves e publicado pela Editora Texto. A obra reflete sua visão crítica e engajada sobre a política como instrumento essencial de transformação social, destacando a importância do voto, especialmente no Poder Legislativo.

"Como não sabemos votar no Legislativo, não sabemos também como cobrar e a necessidade de votar em partidos que vão dar sustentação na governabilidade. Se soubéssemos votar, não reelegeríamos os partidos que compõem o Centrão, por exemplo, que é uma coisa que contraria os eleitores de direita ou de esquerda", escreveu em uma de suas últimas cartas ao Diário, em junho deste ano.

Segundo o primo, o fotógrafo Jorge Maluf, Cesar era prestativo, sempre disposto a ajudar quem precisava e engajado no papel de conscientizar sobre a importância da participação na política por meio do voto. "Acredito que ele fez dessa trajetória a missão dele", completou.

Nos últimos anos, Cesar foi acometido por um câncer de próstata, mas morreu por complicações do diabetes, que o levou a internação pelas últimas duas semanas. Ele deixa as filhas Ana Paula e Silvia Maluf.

O velório e o sepultamento foram nesta quinta-feira, 17, no Cemitério da Ressurreição, na Vila Ercília, em Rio Preto.