Ministério Público denuncia quatro moradores de rua por homicídio em Rio Preto
Laudo do IML aponta que a vítima ainda estava viva quando teve o corpo incendiado

O Ministério Público denunciou quatro moradores de rua pelo assassinato do também morador de rua Fabiano Alves, de 44 anos, que foi espancado e teve o corpo incendiado no dia 25 de abril. Laudo necroscópico apontou presença de fuligem nas vias respiratórias da vítima, o que indica que o homem ainda estava vivo quando foi queimado. O crime aconteceu na linha férrea, próximo ao Clube Palestra. Local que tem registrado grande concentração de dependentes químicos.
Teodoro Cavalcanti Neto, conhecido como Carrasco, e Igor Renan Lima Nora já estão presos. Breno Henrique de Oliveira, conhecido como Cirilo e Fábio Roberto Silva de Souza, conhecido como Bruxo estão foragidos. O grupo foi denunciado por homicídio triplamente qualificado por motivação torpe, emprego de fogo e recurso que impediu a defesa da vítima.
Investigação realizada pelo delegado Alceu Lima de Oliveira Júnior, da Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) aponta que os criminosos mataram Fabiano para vingar uma denúncia de estupro contra uma mulher em situação de rua.
No dia do crime, Fabiano foi arrastado para a margem da linha férrea e espancado com pedaços de pau, principalmente na cabeça. Após desmaiar, teve o corpo enrolado em um colchão, que foi incendiado.
Durante a presença da Polícia Civil no local da ocorrência, uma pessoa indicou o Carrasco como autor do crime. Localizado, o homem entregou os comparsas.
"O crime objeto destes autos é um horrendo homicídio, praticado por quatro pessoas contra uma vítima que não teve a mínima chance de se defender", escreveu o promotor Evandro Ornelas Leal, autor da denúncia.
Fabiano, que não portava documentos pessoais, foi identificado após equipe da Secretaria de Assistência Social comunicar a Polícia Civil sobre o desaparecimento dele. O homem comparecia diariamente no Cras para tomar medicação de controle da libido. Fabiano registrava diversas passagens por importunação sexual.
A suposta vítima do estupro, que ensejou a morte do homem, não foi localizada.
O delegado Alceu classifica o caso como um dos homicídios mais violentos registrados no ano.
"O uso de drogas, principalmente o crack, que é mais acessível a pessoas em situação de rua, as torna mais propensas a crimes violentos. Neste caso, um suspeito de estupro foi morto a pauladas e depois carbonizado, dificultando a identificação ou até mesmo visando a destruição do corpo", afirmou.
A denúncia já foi aceita pela juíza Carolina Marchiori Bueno Cocenzo, da 3ª Vara Criminal, que decretou também a prisão preventiva de Fábio e Breno.