Diário da Região
BATALHA CONTRA AGUAPÉS

Força-tarefa para retirada das plantas aquáticas

Plantas aquáticas invadiram a Represa Municipal de Rio Preto e a prainha de Cardoso. Comuns na região, elas se proliferam com as chuvas e contribuem para o assoreamento quando não são controladas

por Claudia Paixão
Publicado em 14/01/2020 às 00:30Atualizado em 08/06/2021 às 00:23
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Plantas deixaram prainha de Cardoso parecendo um gramado  (Colaboração/Leitor)
Plantas deixaram prainha de Cardoso parecendo um gramado (Colaboração/Leitor)
Lixo acumulado próximo à barreira formada pelos aguapés em Rio Preto (Guilherme Baffi 13/1/2020)
Lixo acumulado próximo à barreira formada pelos aguapés em Rio Preto (Guilherme Baffi 13/1/2020)
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Tomadas por aguapés, a Represa de Rio Preto e a prainha de Cardoso são alvos de força-tarefa para retirada das plantas aquáticas. De formação natural, elas crescem rápido, principalmente com as chuvas, e precisam ser controladas, pois diminuem a capacidade de armazenamento de água.

Em Rio Preto, o serviço já começou nesta segunda-feira, 13. Segundo o assessor ambiental do Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto (Semae), Luiz Guilherme Braga, o aguapé é natural de ser encontrado na região. "Eles vão se formando e reproduzindo rapidamente. Como teve uma chuva muito forte, o aguapé acabou descendo, mas é uma planta natural", disse.

Ainda segundo ele, a retirada das plantas aquáticas é feita ao longo de todo o ano com ajuda de uma embarcação própria. "O que determina a frequência das limpezas é o acúmulo de materiais nas barreiras flutuantes instaladas ao longo dos lagos, sendo portanto a ocorrência de chuvas mais intensas no verão um fator que intensifica as atividades de limpeza, pois nesses eventos há um carreamento considerável de lixo urbano", informou.

Em média, o Semae disse que retira 420 toneladas de material flutuante por mês da represa municipal. Apenas de resíduos sólidos - ou seja, lixo - são retirados, por mês, em média 63 toneladas.

Prainha

Outra cidade que também enfrenta os aguapés é Cardoso. A Prefeitura precisou reunir uma força-tarefa para que o turismo local e até a economia da cidade não fossem afetados por conta dos aguapés. Desde do ano passado, o rio Tomazão, afluente do Tietê, está tomado pelas plantas aquáticas. Devido à grande quantidade, a prefeitura, que normalmente esperava as plantas aquáticas desaparecerem naturalmente, precisou interceder. A partir desta quarta-feira, dia 14, funcionários municipais farão a retirada dos aguapés com ajuda de máquinas.

"Muitas estão amareladas, por isso vamos ter que retirar. Creio que até sábado conseguiremos tirar grande parte. As plantas aquáticas são algo natural na prainha, mas nunca foi nessa quantidade", disse o diretor do Meio Ambiente de Cardoso, Levi Francisco dos Santos. "Lá, encontramos duas espécies de plantas aquáticas: os aguapés e os alfaces d'água", completou. Levi disse que a prainha de Cardoso não teve registros de mortandade de peixes e nem precisou ser interditada para banhistas. "Inicialmente, vamos gastar R$ 5 mil com a ação de retirada", informou.

A professora de Ecologia da Unesp de Rio Preto Maria Stela Maioli Castilho Noll diz que os aguapés são comuns. "O problema é quando ocorre muito e tem uma taxa de crescimento alta, com reprodução alta. Isso ocorre, normalmente, quando a água tem bastante nutriente e a temperatura é bastante elevada. É a receita perfeita para que ela se desenvolva", apontou a pesquisadora.

Voluntários recolhem 3 toneladas de lixo

Lixo recolhido do fundo do rio Tietê neste domingo, dia 12, na prainha de Ubarana (Colaboração/Leitor)
Lixo recolhido do fundo do rio Tietê neste domingo, dia 12, na prainha de Ubarana (Colaboração/Leitor)

Um grupo de voluntários retirou aproximadamente três toneladas de lixo do fundo do rio Tietê na manhã de domingo, 12, no projeto Rio Limpo. A ação foi realizada pelo quarto ano seguido por mergulhadores subaquáticos na prainha de Ubarana. Entre os objetos encontrados estão dois fogões, uma geladeira e uma porta.

O empresário Flávio Garcia Leal participou da ação, que contou com a colaboração de 54 voluntários, entre eles, 30 mergulhadores. "Apesar das coisas inusitadas, ficamos felizes, pois pegamos menos objetos do que no ano passado. Esperamos que um dia não precisemos mais fazer a limpeza, com a conscientização das pessoas", destacou. No ano passado, o grupo recolheu sete toneladas de lixo na prainha.

Todo material foi levado para as margens da prainha, onde a prefeitura de Ubarana recolheu o material. Para Flávio, o resultado foi positivo: "É muito satisfatório, porque estamos fazendo o bem para o meio ambiente", destacou. A próxima ação do projeto acontece em fevereiro, na prainha de Mira Estrela. (RC)