Mãe é presa em Monte Aprazível suspeita de homicídio culposo contra o filho
Para a delegada Viviane Maggioni Furlan Ducatti, a mulher deixou de prestar socorro à vítima, que respirava com auxílio de traqueostomia

Uma mulher de 36 anos foi presa neste domingo, 21, em Monte Aprazível, suspeita de homicídio culposo contra o filho, de 13 anos, que nasceu com paralisia cerebral e dependia de assistência 24 horas. Para a delegada Viviane Maggioni Furlan Ducatti, a mãe deixou de prestar socorro à vítima, que respirava com auxílio de traqueostomia. A mulher alega que tentou desobstruir a cânula e não conseguiu encaixar novamente.
Segundo o apurado pela reportagem, a polícia foi acionada por volta das 7h por uma vizinha do imóvel, após a mãe do menino pedir ajuda, dizendo que o filho tinha passado mal e ela não conseguiu reanimá-lo.
No local, um médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência constatou que a vítima não tinha mais sinais vitais.
Aos policiais, a mãe explicou que conta com equipe home care, mas que é enfermeira e estava de plantão durante a noite para cuidar do filho. A mulher apresentou imagens de câmeras de monitoramento que levantaram suspeitas sobre a conduta dela.
O arquivo mostra que a intercorrência acontece às 5h da manhã. Até 5h28min ela ficou mexendo na traqueo, depois saiu do quarto.
Uma socorrista do Samu questionou o porquê de ela não ter chamado auxílio, mas a mulher, que aparentava ter ingerido bebida alcoólica, não respondeu.
“Com efeito, segundo narrado pelos policiais militares, bem como pela depoente (cuidadora), quando chegaram ao local, (a mãe) estava visivelmente embriagada, circunstância que, sem sombra de dúvidas influenciou diretamente na capacidade da autuada de lidar com a situação do filho, que começou a passar mal durante a madrugada”, escreveu a delegada, ao determinar a prisão da mulher.
Viviane fixou fiança no valor de R$ 20 mil, mas a quantia não foi paga.
Um médico que conhecia a criança foi ouvido como testemunha e afirmou que solicitou a troca da cânula, porque ela realmente desencaixava e o menino se mexia muito. Porém, a empresa fornecedora não teria enviado a nova cânula.
O pai tentava a guarda do menino por meio de ação judicial.
A reportagem apurou que a mulher foi submetida a audiência de custódia nesta segunda-feira, 22, e a Justiça decidiu pela manutenção da prisão dela.
Por se tratar de prisão em flagrante, a Polícia Civil terá 10 dias para concluir o inquérito sobre as circunstâncias da morte do menino.