Justiça de Rio Preto condena seis por furto milionário a joalheria
Grupo criminoso permaneceu quase seis horas em loja e fugiu levando 126 joias, com prejuízo que ultrapassou R$ 1,5 milhão

A Justiça de Rio Preto condenou seis pessoas a penas que variam de 3 a 4 anos de prisão por envolvimento no furto milionário à Cristovam Joalheria, ocorrido em maio de 2022, no bairro Redentora, em Rio Preto. O crime resultou em um prejuízo estimado em R$ 1,5 milhão ao proprietário. Entre os condenados estão quatro homens e duas mulheres.
A sentença, assinada pelo juiz Vinicius Nunes Abbud, da 1ª Vara Criminal, foi publicada nesta terça-feira, 28, no Diário de Justiça.
Apontados pela Polícia Civil como os criminosos que entraram na joalheria, Edivan Evangelista de Araújo e Élio Bueno Junior foram condenados às maiores penas: 4 anos e 5 meses de reclusão em regime fechado. Eles teriam atuado com apoio do rio-pretense Arthur Ortega Arsa, que morreu em janeiro deste ano, no Centro de Detenção Provisória de Rio Preto, possivelmente vítima de animal peçonhento.
Acusados de prestarem apoio logístico, Gelson Sadan Moreira da Luz e Fábio Luiz Lazari de Oliveira receberam a pena de 3 anos e 6 meses de reclusão em regime inicial fechado.
Já Rosângela Alves Chagas e Mayara Aparecida Gonçalvez Gimenez foram condenadas também a 3 anos e 6 meses de reclusão, porém, em regime mais brando – o semiaberto.
Acompanhando a denúncia do promotor Sérgio Acayaba de Toledo, o grupo foi condenado por furto qualificado com as agravantes de rompimento de obstáculo, mediante escalada e com concurso de duas ou mais pessoas.
O juiz concedeu às mulheres o direito de recorrer em liberdade.
Presos preventivamente durante as investigações, os quatro homens tiveram a prisão substituída por medidas cautelares mediante monitoramento por tornozeleira eletrônica – condição que foi mantida pelo juiz até decisão em contrário de tribunais superiores.
Juntos, os réus deverão indenizar o proprietário da joalheria em R$ 1.557.385, 68 por danos materiais.
Durante o processo, os advogados dos acusados pediram a absolvição dos clientes por falta de provas.
Procurado, o promotor Sergio Acayaba de Toledo afirmou que ainda não foi notificado da sentença. "Vou analisar a decisão para avaliar a possibilidade de recurso", disse.
O crime
Para entrarem no prédio, os criminosos pularam o muro do fundo, que não tinha proteção, e arrombaram a porta de uma sacada. Eles desligaram a energia elétrica e desinstalaram o sistema de monitoramento. A investigação aponta que foram levadas 126 peças de joias (entre colares, brincos, anéis, pulseiras e pingentes).
Embora tenham permanecido dentro da joalheria por quase seis horas (das 23h55 às 05h23), a presença deles não foi notada por moradores ou vigilantes e, ao fugir, o grupo levou o equipamento DVR que armazenava as imagens das câmeras internas de monitoramento. Outro cuidado da quadrilha foi não deixar impressões digitais na cena do crime.
Restou aos policiais civis, coordenados pelo delegado Wander Solgon, o mapeamento das câmeras ao redor da joalheria que dessem um ponto de partida para a investigação, no caso, os veículos utilizados pelo grupo criminoso.
Apesar do indiciamento dos sete envolvidos (incluindo Arthur Ortega), imagens de câmeras externas à joalheria mostraram que pelo menos cinco pessoas estiveram no endereço. Destas, apenas três foram identificadas Edivan, Élio e Arthur – enquanto Gelson, Rosângela, Mayara e Fábio são acusados de darem suporte logístico.
No caso de Arthur, morador de Rio Preto, ele foi denunciado ainda por posse de munição de uso permitido, em desacordo com determinação legal. Durante cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa dele, policiais encontraram 11 munições de calibre 22 e R$ 4 mil.
Um ponto curioso da investigação é que uma testemunha protegida afirmou que estava em um boteco do bairro Eldorado quando ouviu Arthur confessar a um amigo, durante uma partida de sinuca, que ele participou da empreitada na joalheria.