Diário da Região
SENTENÇA 

Júri condena casal a 42 anos de prisão por assassinato de personal trainer em Rio Preto 

Jurados acompanharam a denúncia do promotor e votaram pela condenação por homicídio triplamente qualificado

por Joseane Teixeira
Publicado em 30/09/2025 às 20:01Atualizado em 01/10/2025 às 12:18
Joel durante o julgamento (Diego Viana)
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Joel durante o julgamento (Diego Viana)
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Em júri popular marcado por dor, revolta e saudade, os réus Joel Fernandes Santos e Sidileide Normanha Paixão dos Santos foram condenados a 42 anos de prisão pela morte da personal trainer Andressa Serantoni Zacaron, aos 28 anos, e por tentativa de homicídio contra um rapaz. Os crimes aconteceram em agosto de 2020, no bairro Anchieta.

O conselho de sentença, composto por cinco homens e duas mulheres, foi implacável com o casal, ao acompanhar os termos da acusação, apresentada pelo promotor Horival Marques de Freitas Júnior de homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, meio cruel e sem possibilidade de defesa da vítima. Joel e Sidileide foram condenados ainda por tentar matar Lucas Teles Ferreira, um vizinho de Andressa que tentou impedir o crime.

Segundo a denúncia do Ministério Público, Andressa foi morta ao questionar o motivo de estar sendo filmada pelo casal. Utilizando facas de poda de árvore, Joel e Sidileide atacaram a jovem, que por pouco não foi decapitada. O homicídio chocou toda região pela violência e banalidade.

Durante o júri popular, o advogado Gustavo Cipullo Nesteruk Moreira, nomeado pela Defensoria Pública, explorou o laudo de insanidade mental que apontou que o casal sofre de "folie à deux", um transtorno psicótico onde um delírio é compartilhado entre duas pessoas. Na perícia, um psiquiatra considerou que Sidileide é considerada inimputável.

O defensor pediu a absolvição do casal e o encaminhamento para tratamento em hospital de custódia, mas teve a tese superada pelo MP.

No julgamento, Sidileide alegou que Andressa teria dado um mata-leão nela e, para defendê-la, o marido Joel atacou a vítima. Ela negou ter ferido a personal.

A condenação trouxe alívio para a família da vítima, após cinco anos de espera.

Joel e Sidileide, que estavam presos preventivamente, não poderão recorrer em liberdade.

(Colaborou Diego Viana)