Diário da Região
Julgamento

Homem que matou enfermeira do HB de Rio Preto vai a júri nesta quinta-feira

Na época, o crime motivou protestos no Hospital de Base, onde a vítima trabalhava, pelo fim da violência contra a mulher

por Joseane Teixeira
Publicado em 25/04/2024 às 08:23Atualizado em 25/04/2024 às 09:25
Parte dos 300
manifestantes
que participaram
de ato em frente
ao Hospital de
Base de Rio Preto (Mara Sousa)
Parte dos 300 manifestantes que participaram de ato em frente ao Hospital de Base de Rio Preto (Mara Sousa)
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Um crime que entristeceu a região de Rio Preto e suscitou protestos contra o feminicídio terá um desfecho nesta quinta-feira, 25.

Cinco anos após matar a enfermeira Juliana Landin Simão, de 37 anos, o ex-marido dela, Cícero Weldo Gomes Lima será submetido a júri popular. O julgamento começa às 10h30.

Cícero responde por homicídio quatro vezes qualificado por motivo torpe (vingança), mediante surpresa, por meio de asfixia e contra mulher (feminicídio).

Ele é representado pelos advogados Gustavo Cipullo Nesteruk Moreira e Gabrielly de Souza Martineli. Ao Diário, Cipullo afirmou que a estratégia da defesa será afastar duas das quatro qualificadoras. “Motivo torpe e recurso que dificultou a defesa do ofendido, apresentando doutrina e jurisprudência nesse sentido”, adiantou.

Juliana foi encontrada morta dentro do apartamento onde morava no bairro São Manoel, em Rio Preto, em janeiro de 2019. O crime foi descoberto somente dois dias depois de a vítima ser assassinada pelo ex-marido, que não aceitava o fim do relacionamento.

Segundo informações do processo, após matar a esposa, ele utilizou o celular dela para conversar com familiares e amigos, de modo a não levantar suspeita sobre a morte da vítima.

O caso só foi descoberto após a irmã, Fabiana Landin, descobrir que Juliana não comparecia ao trabalho há dois dias.

Com ajuda da polícia, a porta do apartamento foi arrombada. A vítima foi encontrada com as mãos e pés amarrados com "enforca gato". O assassino também tapou a boca da enfermeira com uma fita adesiva. No corpo dela ficaram as marcas do estrangulamento.

Cícero foi preso logo depois no estado de Pernambuco.

Na época do crime a filha do casal tinha cinco anos e estava na casa de familiares. Fabiana tem a guarda dela.

“Esse crime devastou a nossa família e tudo o que esperamos hoje é justiça. Temos que lutar por uma causa maior, uma sociedade sem violência e o direito das mulheres de seguirem em frente sem serem mortas”, afirmou.